16 dezembro 2004

Pensando

Estamos tramados! O Anaximandro e o Compadre Esteves falam em curto-circuito sobre questões que nos escapam, porque eles estão mais virados para a filosofia e divertem-se um com o outro sobre questões etéreas. A Marinquieto desistiu dos folhetins de Domingo que, diga-se, eu nunca percebi. O Til anda desaparecido, deixou de nos animar e, pela parte que me toca, animava muito. O Pinto Nogueira anda aos saltos, com ou sem razão, não sei - ele deve saber... -, mas não passa de um colaborador esporádico, quando as coisas queimam, e prefere as grandes superfícies. O Lemos da Costa, pronto, ok, decidiu dedicar-se ao ciclismo, o que é uma benfeitoria, não só pelo ciclismo, mas também pel(as) protagonistas que, aliás, estão sob minha orientação técnica. O José tem o perfil típico de quem gostava de escrever num jornal de referência e, por isso, acha que o Incursões é demasiado pequeno (não se zangue comigo, carago!). O Rui do Carmo saltita sobre estas coisas, intelectual, não tarda está no novelo do Compadre e do Anaximandro. J.R. - Boa sorte para a candidatura... Nicodemos, ok, nós somos advogados - eu sou só advogado! - V. é muito mais que isso. Eugênia Fortes dá-nos poemas, poemas belos.... Estou cansado, raio! A Kamikaze põe ordem nisto... E eu digo asneiras. Paciência. Vem aí mais gente... Este Blog tem futuro - porque é de todos nós.
Moral da história: um blog tem que ser dinâmico. Sempre com gente nova. Bem vindos...

7 comentários:

Kamikaze (L.P.) disse...

Como??? A Kamikaze não sabe o que é isso de ordem e gostava era de fazer parte da equipa de ciclismo para onde se bandeou o LC - pudera! - e de que Vexa é director técnico (e ainda tem lata de vir aqui apelar ao mimo!) mas chegou tarde e só lhe resta a aba larga do Inc...

josé disse...

Amigo carteiro: não zango nada! Aliás, gostava mesmo de ver aqui as pessoas a escreverem sem se melindrarem com uma ou outra frase ou expressão que pode ser mais ou menos infeliz, mas não redunda em hostilidade ofensiva de terceiro grau. Nunca vi disso por aqui, mesmo em ocasiões críticas, nem vejo razões para tal fenómeno surgir do nada.
COmo na hostilidade há graus, parece-me que entre o primeiro que é o da antipatia primária, derivada às vezes de um simples desconhecimento, até ao último, do ódio assolapado e por motivos recalcados, há um leque de sentimentos que urge preservar como passíveis de desbaste.
Ora no que me diz respeito, só tenho respeito pelos escribas que aparecem e procuro, sempre que posso, tentar apaziguar diferendos que vejo como estéreis e prejudiciais a uma finalidade meritória: a tertúlia e o debate de ideias, curiosidades, opiniões e palpites- o que aqui se faz com proveito e exemplo.
COmo não podemos gostar de toda a gente, poderemos ao menos não exacerbar as antipatias naturais, mas ainda assim, esperar que se convertam em simpatias. Se não puder ser, paciência.
No fim de contas, que razões poderemos ter para ofender pessoalmente alguém através de um escrito? Poucas ou nenhumas se não conhecemos esse alguém ou se nunca fomos vítima de acções desse mesmo ou nos falecerem razões pessoais para tal.
Logo, as invectivas objurgatórias só deverão atingir os actos e não o autor; as decisões e não os decisores; os escritos e não o escritor.
Se alguém se sente objurgado pessoalmente, onvertendo essa ordem de preocupações, tem um remédio: ou ignora, assumindo implicitamente o efeito; ou rebate e objurga por seu turno a crítica.
COmo diria o compadre ( ou seria o anaximandro?) estabelece-se então uma dialética e a algum lado se chegará.

Dito isto, tenho a dizer que nunca me senti na pele de pretendente a lugar de coluna :-). Prefiro andar na 5ª coluna que são os blogs, em vez do exército regular da infantaria e da tropa fandanga dos jornais.
Não! E não se trata da fábula da raposa e das uvas...a sério, amigo carteiro.

Kamikaze (L.P.) disse...

O José já o tem dito e provado, até, pela sua prática. Por isso mesmo também pensei que se pudesse melindar com a "boca" do carteiro. Conheço-o mal...
Gostei, mais uma vez, do escrito! Parabéns, também, pelo escrito "contra a corrente" na GLQL, em comentário ao post "Alice ao Espelho".

Primo de Amarante disse...

José: nós temos de nos conhecer! Há alguma coisa que me diz:"este gajo (desculpe o termo)é porreiro". E nós só precisamos é de "gajos" e "gajas" porreiras. A vida é curta! E você, no seu escrito, demonstra entender isto muito bem.
Quanto ao amigo companheiro Carteiro só lhe digo o seguinte: não sou ciumento. No tempo em que eu não era barrigudo (mas infelizmente --porque só me atrasou algumas "virtudes"!-- muito da católica) conheci e fiz amizade com as mulheres mais bonitas de Farmácia, no Porto, e Clássicas, em Coimbra -- e Você está longe de pensar como eram belas essas mulheres! Não se esqueça que nos anos 70, essas faculdades eram os "nichos" das beldades! Também andei por Lisboa, mas foi mais pela Capela do Rato. O que me ficou foram os bailes na Faculdade de Farmácia do Porto e a queima em Coimbra?!... Nem sonha, a concorrência que "aquilo"tinha! Pois muitas dessas beldades (algumas com melhores razões para estarem em Farmácia ou em Clássicas do que para tirarem um curso!), ainda hoje (já não tão belas!) são minhas amigas. Nunca fui possessivo, e você sabe como este defeito é repelente. É certo que a maioria das minhas amigas,continuam a dizer que eu sou maluco, mas isso é outra conversa!... Quem não é maluco tem de ter um defeito muito grande.
Gosto de fazer amigos e amigas, na partilha de ideias, de causas ou de meras opiniões,sem preocupações de qualquer espécie ou qualquer calculismo. Detesto guerras desnecessárias. O que não significa que não tenha algumas -- muito poucas, é certo! Talvez por isso, seja um apaixonado pela montanha, onde os horizontes não têm fim. Essa é a razão de eu ser caçador de perdizes!

josé disse...

Embora correndo risco de alinhar numa troca de piropos mais de acordo com tradições orientais, penso poder dizer algo que escapa a essas reverências de simpatia e situar-me já no campo da empatia, fora do circuito fechado das conveniências e aberto a todos os leitores.
No caso do compadre, fui dos que lamentou a sua ausência da cimeira de incógnitos da Curia.

Por outro lado, estou habituado a ouvir histórias de caçadores, desde pequeno. Um dos fascínios dos meus primeiros anos, era ver as cartucheiras dependuradas em local inacessível em casa dos meus avós maternos. Cartuchos de cores definidas monocromaticamente a preto e vermelho, com mistura de um ou outro verde escuro.
Os cães das armas também me fascinavam pelo recorte em esse e o percutor cónico, que me conduzia a imaginar o efeito misterioso. As armas dos cães, pequenos e de faro aguçado, não me fascinavam tanto.
Nunca cacei! Mas ouvi histórias de caça- às rolas; às galinholas; aos coelhos. E ouvi, muitas vezes repetidas, as façanhas das fugas à implacável venatória, no defeso.
Aprendi aí, talvez pela vez primeira, o significado da transgressão e o valor das regras: sendo para respeitar, há uma tendência natural para as contornar e o risco pode muito bem não compensar. Daí que aprendi a não misturar moralismos com violação de regras.
Sendo as regras para cumprir, por força de valores que as apoiam, pode muito bem suceder que os valores tenham desaparecido da mente de quem as cumpre e esse cumprimento se faça pelo medo da sanção.
Se não houver sanção à vista, por vício dos mecanismos de repressão, para quem já não tenha valores, é um mundo que se abre! Está aí, a meu ver, a génese do fenómeno da corrupção rompante.

No campo da caça em época de defeso, para quem se habituou durante anos e com tradição arreigada, a uma caça livre, custava a aceitar a restrição. Se o valor não era compreendido, só valeria a repressão. Daí a manha para lhe fugir. Daí as histórias mirabolantes.
E a dúvida sobre a natureza dos valores que um puto mesmo sem compreender, aproveita para depois de crescer.

Quanto ao caro carteiro, como já tocou duas vezes no ponto, atendo:
A sério que não me afeiçoaria a escrever em coluna de vão de esquina de jornal. Os colunistas portugueses que conheço e aprecio- e isto daria um postal - são pouquíssimos. Tirando Vasco Pulido que anda, agora, um pouco a patinar na politiquice interna, temos quem?
O António Barreto lê-se, de vez em quando, mas não é nenhum António José Saraiva.
O Sousa Tavares é, de vez em quando insuportável pela ignorância patenteada e pela estilo desembestado. Além disso, nada de especiall o destaca, no estilo de usar a gramática.Mas lê-se.
Há o Pedro Mexia que tem um estilo aparentado ao do antigo Miguel Esteves Cardoso- este sim , um mestre.
Há um ou outro colunista em jornais semanários que também merecem referência: gosto de ler por vezes o
sobrinho Barroso, no Expresso e que escreve muito bem. Para além de gostar de Camilo, é um bon vivant que não tem peias naquilo que escreve.
Há um ou outro que procuro descobrir, mas se detecto opiniões avulsas e vindas de outros lados, desvio-me. Já de lá vim. É o caso do seu ilutre primo. Escreve bem, mas não me encanta nos temas e no estilo e já o desanquei anonimamente, pelo que me reservo a oportunidade de o fustigar mais.
Assim, o que aprecio no final de contas são as polémicas. Aquelas duras pelejas epistolográficas em que os contendores na escrita, desembainham verbos e empunham advérbios como quem maneja adagas recurvadas e escondidas na manga.
Por ler dessas coisas, pelo-me. Mas isto anda muito morno, muito consensual. Mesmo nos blogs, as únicas vias de diferendo parecem ser as politiqueiras e não tenho pachorra para ler barnabés, únicos que ainda dão luta nos torneios previsíveis.
Enfim, pode ser que apareça alguma coisa, um dia destes, mas resumindo e concluindo: à semelhança do que dizia o Marx, tendência Groucho, não aceitaria escrever numa coluna de um jornal que me aceitasse como colunista. Prefiro escrever na anarquia dos blogs. Obrigado, ainda assim, pela consideração.

Primo de Amarante disse...

Com essa das "tradições orientais" é que o meu amigo me tramou.

Primo de Amarante disse...

Concordo, em absoluto, com o Carteiro. A minha experiência coincide com a do carteiro. Hoje deveria de escrever uma crónica, mas estou aqui no blog, porque não me apetece escrever. Aliás, até, se me põe a seguinte questão: nada tenho para dizer que já não esteja dito.
Sinceramente é mais gratificante escrever no blog. Sempre aparece um comentário, é mais descontraído e interactivo.