Só um autista, ou uma autista, é capaz de não ver isto. Infelizmente, ao que se ouviu na televisão, o autismo entrou já na fase patética. É assim e não há volta a dar-lhe.
Ontem, o meu amigo, M S P, professor jubilado, cujo nome está numa sala da sua antiga escola (sinal que alguém o achou digno disso) dizia-me que só não ia apoiar os seus colegas porque ia dar uma aula de borla a uma aluna que estava com dificuldades. Hoje, o habitual grupo de antigos professores que partilham a explanada comigo diziam mais ou menos o mesmo. A senhora ministra diz (como Campos dizia três dias antes de ir borda fora) que só tem sentido apoio na sua missão salvadora. É possível. Não pior cego que o que não quer ver.
Isto era para ser um texto sobre o oito de Março e as mulheres. Não todas, lamento dizê-lo porque algumas parece haver que multiplicam a arrogância masculina por dez. É com elas mas depois não se queixem.
Às mulheres portuguesas que desfilaram pelas ruas de Lisboa, uma flor e a minha admiração. E a minha gratidão enquanto cidadão e homem de esquerda.
A fotografia foi roubada à versão internet do "Público"
Ontem, o meu amigo, M S P, professor jubilado, cujo nome está numa sala da sua antiga escola (sinal que alguém o achou digno disso) dizia-me que só não ia apoiar os seus colegas porque ia dar uma aula de borla a uma aluna que estava com dificuldades. Hoje, o habitual grupo de antigos professores que partilham a explanada comigo diziam mais ou menos o mesmo. A senhora ministra diz (como Campos dizia três dias antes de ir borda fora) que só tem sentido apoio na sua missão salvadora. É possível. Não pior cego que o que não quer ver.
Isto era para ser um texto sobre o oito de Março e as mulheres. Não todas, lamento dizê-lo porque algumas parece haver que multiplicam a arrogância masculina por dez. É com elas mas depois não se queixem.
Às mulheres portuguesas que desfilaram pelas ruas de Lisboa, uma flor e a minha admiração. E a minha gratidão enquanto cidadão e homem de esquerda.
A fotografia foi roubada à versão internet do "Público"
6 comentários:
Aceito e agradeço a flor gentil e lúcida. Não é a primeira que aqui nos oferece :)
Assim não vale, amigo.
Então maldizes o português da Ministra e edpois vais à "explanada" (sic)... Ai, ai!
Respeito naturalmente as suas posições sobre a política seguida pela ministra da Educação, mas não as subscrevo. A manifestação que juntou cerca de 100 mil pessoas terá que ser motivo de reflexão, sem dúvida. Mas confesso que perdi algum do respeito pela classe ao ouvir certas palavras de ordem proferidas. Quem grita bruxa e outras coisas que tais à ministra, renuncia a ser um exemplo para a sociedade e para os seus alunos.
Como tenho escrito por aqui, espero que Maria de Lurdes Rodrigues se mantenha no seu lugar e que Sócrates não lhe reserve o mesmo fim que teve Correia de Campos.
O meu leitor e amigo João Simas Santos não deveria ter um juízo tão leve. Se for ao Grande Dicionário da Língua Portuguesa, coordenado por João Pedro Machado, um dos maiores, senão o maior dicionarista português do século XX, veria no tomo V (ETOC a HIPE) pag 37, ao fundo a palavra explanada no exacto sentido em que a usei.
cfr. Grande Dicionário da Língua Portuguesa (em 12 tomos) ed Amigos do Livro, 1981
A latere: não vai ser fácil a partir de agora escrever português sem erros:os constantes acordos têm destas consequências e, se o meu leiotr fizer o favor de ler algum Eça e algum Camilo em edições não demasiadamente antigas verá centenas de palavras grafadas diferentemente do que hoje vai ocorrendo. Em matéria de língua, de escrita, de estilo e de gramática fico-me com estes falecidos cavalheiros.
ainda a latere: o que eu critiquei foi o mau uso dos tempos verbais da Srª Ministra. Não se pode mesmo que se queira confundir presente do indicativo com o futuro, coisa que ela e outros senhores governantes parecem desesperadamente querer. Mas o tempo tem leis...
O meu amigo e camarada desta barca diz-me que "espera que Sócrates não... reserve (A Maria de L Rodrigues) o mesmo fim que teve Correia de Campos".
Se quer que lhe diga, é-me indiferente. Politicamente, MLR está acabada. Sejam cem mil ou metade os professores que se manifestaram e tudo parece indicar que serão os tais cem mil, ou seja dois terços (mesmo mais) do total de professores. É obra!
A questão que aqui se põe e com bem mais acuidade do que na saúde é a desenvoltura com que se decide e se governa. Eu que tenho uma memória de elefante ainda recordo o que se disse de Cavaco para nem sequer mencionar Barroso ou Santana. O que se disse de Manuela Ferreira Leite...
O problema da educação está nisto: as famílias demitiram-se de educar, os pais não querem que lhes molestem as criancinhas, as autoridades querem apresentar bons resultados para as estatísticas europeias como se o passar à borla resolve o crescente analfabetismo das novas camadas etárias. Exemplos? A peregrina ideia de que se o menino faltar não chumba, antes dá mais trabalho ao professor (se não continuar a faltar alegremente). A perda de autoridade dos professores, fomentada em nome sabe-se lá do quê pode hoje ver-se criticada e bem pelas entrevistas de alunos no Público.
É claro que enquanto Meneses oferecer brindes ao PS tudo parece ir bem mas, à cautela, talvez valesse a pena ir arrepiando caminho enquanto há tempo. que diabo isto não pode ser apenas transformar as propostas anti-corrupção de Cravinho num cacharolete de boas e inócuas intenções enquanto se manda o proponente mudar de ares. Os eleitores ás vezes têm memória...
Mas então, se não foi engano, porque emandaste a mão - Au Bonheur des dames 118 de 29 Março 2008
Abraço nosso
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