O texto que se segue é constituído por excertos tirados do artigo do Prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, publicado no Diário Económico de ontem, que pode ser lido aqui.
"O custo económico da guerra para os EUA ascenderá aos três biliões de dólares e, para o resto do mundo, outros três biliões
A mentira prevaleceu sempre: da existência de armas de destruição maciça em território iraquiano à suposta ligação de Saddam Hussein à Al-Qaeda. A verdade, porém, é outra: o Iraque só se tornou num “ninho de terroristas” depois de os EUA invadirem o país.
A administração Bush disse que a guerra custaria 50 mil milhões de dólares. É este o montante que os EUA gastam actualmente no Iraque a cada três meses
Terá sido incompetência ou desonestidade? Ambas as coisas, seguramente. O facto de a administração Bush se focalizar nos custos presentes e não nos custos futuros significa, uma vez mais, que vai comprometer as gerações futuras e os cuidados de saúde que deveria prestar aos veteranos de guerra
os feridos totalizaram 15 vezes o número de baixas. Foram diagnosticadas perturbações de ‘stress’ pós-traumático em 52 mil dos veteranos que entretanto regressaram ao país.
Estima-se que os EUA tenham de atribuir pensões de invalidez a 40% dos 1,65 milhões de soldados que já serviram no Iraque. Uma despesa que tende a aumentar à medida que a guerra se arrasta e que hoje se cifra em mais de 600 mil milhões de dólares.
guerra só teve até agora dois vencedores: as petrolíferas e os fornecedores militares. O preço das acções da Halliburton, empresa de serviços petrolíferos presidida por Dick Cheney antes deste assumir o cargo de vice-presidente, dispararam
A incúria nesta guerra obriga a sociedade iraquiana a pagar a maior fatia da factura. Metade dos médicos iraquianos foram mortos ou abandonaram o país, a taxa de desemprego ronda os 25% e, cinco anos depois de a guerra começar, Bagdade continua a ter electricidade menos de oito horas por dia. Dos 28 milhões que constituem a população iraquiana, 4 milhões são deslocados e 2 milhões fugiram do país.
estudos estatísticos sobre a taxa de mortalidade antes e depois da invasão são esclarecedores: das 450 mil mortes nos primeiros 40 meses de guerra (incluindo 150 mil mortes violentas) atingiu-se recentemente as 600 mil.
Os norte-americanos gostam de dizer que “não há almoços grátis”. E eu diria que não há “guerras grátis”. Os EUA – e o mundo – vão pagar a factura nas próximas décadas. "
"O custo económico da guerra para os EUA ascenderá aos três biliões de dólares e, para o resto do mundo, outros três biliões
A mentira prevaleceu sempre: da existência de armas de destruição maciça em território iraquiano à suposta ligação de Saddam Hussein à Al-Qaeda. A verdade, porém, é outra: o Iraque só se tornou num “ninho de terroristas” depois de os EUA invadirem o país.
A administração Bush disse que a guerra custaria 50 mil milhões de dólares. É este o montante que os EUA gastam actualmente no Iraque a cada três meses
Terá sido incompetência ou desonestidade? Ambas as coisas, seguramente. O facto de a administração Bush se focalizar nos custos presentes e não nos custos futuros significa, uma vez mais, que vai comprometer as gerações futuras e os cuidados de saúde que deveria prestar aos veteranos de guerra
os feridos totalizaram 15 vezes o número de baixas. Foram diagnosticadas perturbações de ‘stress’ pós-traumático em 52 mil dos veteranos que entretanto regressaram ao país.
Estima-se que os EUA tenham de atribuir pensões de invalidez a 40% dos 1,65 milhões de soldados que já serviram no Iraque. Uma despesa que tende a aumentar à medida que a guerra se arrasta e que hoje se cifra em mais de 600 mil milhões de dólares.
guerra só teve até agora dois vencedores: as petrolíferas e os fornecedores militares. O preço das acções da Halliburton, empresa de serviços petrolíferos presidida por Dick Cheney antes deste assumir o cargo de vice-presidente, dispararam
A incúria nesta guerra obriga a sociedade iraquiana a pagar a maior fatia da factura. Metade dos médicos iraquianos foram mortos ou abandonaram o país, a taxa de desemprego ronda os 25% e, cinco anos depois de a guerra começar, Bagdade continua a ter electricidade menos de oito horas por dia. Dos 28 milhões que constituem a população iraquiana, 4 milhões são deslocados e 2 milhões fugiram do país.
estudos estatísticos sobre a taxa de mortalidade antes e depois da invasão são esclarecedores: das 450 mil mortes nos primeiros 40 meses de guerra (incluindo 150 mil mortes violentas) atingiu-se recentemente as 600 mil.
Os norte-americanos gostam de dizer que “não há almoços grátis”. E eu diria que não há “guerras grátis”. Os EUA – e o mundo – vão pagar a factura nas próximas décadas. "
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