De vez em quando, cria-se uma aura sobre determinadas personagens que acaba por lhes dar ares de suspeita intocabilidade. É muito nosso, muito português, esse hábito. Então se a imprensa ajudar…
Um dos nomes ultimamente muito em voga é o de Dalila Rodrigues. Professora de História de Arte no Instituto Politécnico de Viseu, foi directora do Museu Grão Vasco, com reconhecido sucesso, e do Museu Nacional de Arte Antiga, de onde saiu depois de entrar em ruptura com as opções políticas da tutela, leia-se da ex-ministra Isabel Pires de Lima. Na altura, caiu o Carmo e a Trindade, teve manifestações “espontâneas” de apoio, recebeu Marques Mendes no “seu” museu, naquilo que foi uma manobra rasteira de propaganda partidária, e até estava para processar o Estado porque, vejam lá, vendera a sua casa em Viseu e comprara outra em Lisboa e agora como era?
De volta (?) às aulas em Viseu, soube-se há pouco que foi convidada pela Fundação Casa da Música, onde o Estado tem posição relevante, para dirigir o departamento de Marketing e Comunicação. Sem pôr em causa os seus conhecimentos na área e os cuidados que demonstra ter para com os seus extremosos alunos, Dalila diz que sentiu um prazer especial por ter sido convidada por uma instituição, ou por Nuno Azevedo, o administrador executivo da Casa da Música, onde o Estado participa depois de ter sido “despedida” pouco antes pelo Governo. Está à vista que, pessoas assim, sabem tecer as necessárias redes de influência e derramar o seu charme sobre os incautos (jornalistas, gestores, agentes culturais, etc.). E viva a música!
1 comentário:
Sempre poderemos dizer que esta Dalila tem imensos Sansões para tosquiar.
Em boa verdade quem a despediu também foi tosquiada mas isso dever-se-á ao facto de Pires de Lima nunca percebeu que os filisteus estão em todo o lado.
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