12 agosto 2007

não há


nesta noite não há palavras
para o poema.
as palavras estão nos bares
a beber cachaça, dançar o samba,
a amar e ouvir canções.

as palavras estão envolvidas
pelos gestos amplos
dos que se apaixonam pela cidade,
pelas mãos que a(s) acariciam.

não há poema nesta noite
em que a lua lambe o mar
iluminando o trajeto até as nossas faces,
os poemas se calaram.
porque a noite nos olha deste cais antigo
e a vida é demasiado ampla .


silvia chueire

3 comentários:

Kamikaze (L.P.) disse...

Poema maduro, Sílvia :) Amei.

O meu olhar disse...

Gostei muito do poema Sílvia.
Um abraço

Silvia Chueire disse...

Obrigada. Às duas !

Beijos,
Silvia