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18 janeiro 2009

A varapau 6


Notícia doutra nebulosa

Abriu há um mês e meio, dois meses, uma nova livraria em Lisboa. Chama-se “poesia incompleta” e só vende livros de poesia.
A abertura de uma livraria é sempre um motivo de festa para os escassos leitores de que o país dispõe. Seja em que sítio for. Claro que em Lisboa é menos notícia do que em Vilar de Perdizes mas nem por isso deixa de ser notícia, uma bela notícia.
Todavia, e sem desmerecer, se isso se passasse no Porto, então a notícia não era notícia. Eu explico. Há no Porto na rua das Oliveiras, a poucos metros do “Carlos Alberto, e da confluência de Mártires da Liberdade com a rua da Conceição, uma livraria com vários anos de existência dedicada só à poesia e ao teatro. Chama-se Poetria.
Parece-me que ao anunciar a livraria “poesia incompleta” não teria sido mau falar desta instituição portuense mesmo que junte à poesia o teatro. O teatro que tantas e tantas vezes foi confundido com a poesia...
Mas a “poetria” é no Porto... ou seja, não é notícia nem merece duas linhas. E tem já um par de anos. Vive, sobrevive, resiste vá lá saber como... Adivinha-se muito sacrifício, muita vontade, muitas cumplicidades. Mas é no Porto... E do Porto só se sabe aquela burrice da “cidade do trabalho”, das tripas, do Norte severo e adusto. E do frio, do cinzento e dos restaurantes onde se comia à fartazana.
Às vezes, eu, emigrado na cidade, sinto vontade de desatar aos vivas ao senhor Pinto da Costa, ao FCP, de ser “andrade” e de me referir aos do sul como mouros. Mas um repente de vergonha e de bom-senso impede-me de responder ao contínuo desconhecimento e aos disparates com outro disparate. E repito para com os meus botões que Lisboa é uma belíssima cidade, que há lisboetas felizes mesmo quando têm de aturar os custos da capitalidade e a arrogância dos parvenus que em enxurradas chegam da província dispostos a tudo. Também as rosas estão inocentes das moscas que lhes circulam à volta.
Mas à Poetria o que é da poesia (e do teatro) e a essa irmãzinha mais nova e alfacinha mil venturas

d'Oliveira fecit

14 janeiro 2009

A varapau 5

Justiça atributiva e distributiva

Oliveira e Costa está preso preventivamente. Há um inquérito em curso que, obviamente está em segredo de justiça. Há um magistrado a tratar disto, as polícias têm-se mexido, enfim o normal.
Ao que parece uma comissão parlamentar achou que deveria “ouvir” Oliveira e Costa. Com recato, sem a incómoda presença da “comunicação social” para evitar que a imagem do arguido piore (ou melhore, sabe-se lá) e para mostrar aos magistrados que estes últimos são uns nabos. Ou então para prestar aos magistrados uma ajuda que estes, ao que se sabe não pediram.
Pergunta-se se os senhores (e senhoras) deputados/as não tem mais que fazer.
É que no capítulo comissões de inquérito o Parlamento tem mostrado o que vale, e que é muito pouco. Ou nada: haja quem se lembre das variadíssimas comissões “Camarate” e dos resultados que essa montanha ingente de inépcia investigativa pariu: nem um rato, mesmo um desses de laboratório que agora se clonam clandestinamente e à dúzia.
A que vem este furor investigante sabendo-se como se sabe que Costa está por conta da magistratura normal? Que mensagem se pretende fazer passar ao cidadão contribuinte? Que o Parlamento está cheio de brio, que transpira actividade, que não dorme só a pensar na defesa dos dinheiros públicos? Ou, tão só, uma desconfiança, mais outra, no Poder Judicial?

Um vereador de uma importante Câmara Municipal entendeu chegada a hora de se retirar. Aplaude-se a intenção, tanto mais que não é costume esta gente sair por seu pé dessa mordomia pouco trabalhosa.
Já se aplaude menos quando se sabe que, afinal, o senhor vereador quer reformar-se. Com, exactamente 50 risonhos anos. Parece que a ele não se aplica a lei geral que atira a reforma para lá dos sessenta.
E reforma-se com um ordenado superior ao que auferia como vereador. Alguém resolveu premiar a sua abnegação transformando-o em licenciado apesar de apenas ter o 9º ano de escolaridade. É que para ser reformado como Técnico Superior de 1ª Classe costuma exigir-se uma licenciatura mesmo dessas manhosas que agora se compram em algumas universidades privadas.
Mas há mais. Tendo a reforma já na mão este operoso rapaz já está nomeado para um empresa obviamente de capitais públicos participada por várias câmaras. O convite partiu de um camarada presidente de uma delas cuja amantíssima esposa é, calcule-se, secretaria do pobre reformado.
As más línguas calculam que este novel reformado esteja já a ganhar cerca de 5.000 euros. Líquidos. Vereador é uma carreira de futuro, como se vê.

d'Oliveira

22 dezembro 2008

A varapau 4


Pouca memória e menos vergonha


Parece que o senhor coordenador distrital do PS entendeu por bem convidar o ex nº 2 de Torres para candidatosocialista pelo Marco de Canaveses. Esta é a notícia que já terá motivado protestos do silenciosíssimo Francisco de Assis, ex candidato à Camara do Porto.
Tudo leva, pois, a crer que a ideia luminosa da luminária que dá por Renato Sampaio, seja verdade. Surpresa? Nem por isso: o PS está como está, o desespero nunca foi bom conselheiro e a Sampaio esta jogada de alto malabarismo terá aparecido como a vera resolução do 3º mistério de Fátima.
Eu sei quepor aí ainda andarão pessoas que ao saberem disto se sintam aflitas. Até eu e já vi coisas praticamente identicas. Ainda há um par de anos, em Esposende, o PS foi buscar um rapazinho que até poucos dias antes fora o nº 2 (grande força tem este algarismo!) do presidente eleito do PSD. O rapaz ambicionava subir para a presidencial cadeira mas tantas terá feito que o relutante presidente que lhe entregara por algum tempo a gestão camarária, entendeu fazer das trias coração e recandidatar-se. A criaturinha escafedeu-se para o PS que o aceitou com vivas e hossanas. Perdeu, obviamente as eleições porque os eleitores não são poarvos nem gostam de passar por tal. E o PS continua num sólido jejum nesta amável praia.
Poderia citar outros casos, conhecidos, mas a quadra natalícia manda que não se mexa demasiadamente na bosta.
Fiquemo-nos pois neste enredo marcoense que, a ser verdadeiro (do que não duvido) e a manter-se (coisa que espero que não ocorra) mostra bem de que farinha se fazem alguns próceres socialistas nesta invicta cidade. Estão felizmente (para eles) mortos os Cal Brandão, o António Macedo, o Eduardo Ralha ou o José Luís Nunes, fundadadores do PS portuense e nacional. Já não terão de corar perante esta parvoejada eleitoral que duvidosamente terá resultado positivo (isto é ganho de eleição) porque estou em crer que as gentes do Marco por muita simpatia que sintam pelo PS não comerão um Ferreira Torres de 2ª via.
E agora digam-me que passo a vida a embicar com o virtuoso partido socialista…

d'Oliveira que se sente como a pessoa a quem sai a fava do bolo rei

16 dezembro 2008

A varapau 3


Bem vindo à balbúrdia!


O dr Mário Soares não pára de me surpreender: então agora, acha que se está a viver uma crise do tamanho de um elefante? Que os banqueiros são isto e aquilo? Que a Grécia está próxima? Que o desemprego alastra? Que o descontentamento é forte? Etc…. Etc..?
Mas eu, e vocês também, decerto, ouvi-o há poucos dias testemunhando um fervoroso apoio a uma das pessoas que mais tem contribuído para a imagem de crispação, ao partido governante que nos caiu em sorte, desqualificando uma reunião política que só existiu porque as coisas estão como estão, sem resposta adequada, sem uma estratégia perceptível pelos cidadãos, que já não percebem o que é que a auto-proclamada esquerda faz pois o que se vê é, sem apelo nem agravo, uma receita envelhecida e descaradamente de direita.


Seis cavalheiros do CDS “desvincularam-se” do ajuntamento que o dr Paulo Portas pastoreia. Seis, são só seis, dir-se-á. Seriam, não fosse dar-se o caso, de naquele partido seis serem quase uma multidão. O dr Portas, com a habilidade que se lhe conhece, desvaloriza: só fazem falta os que ainda não entraram no CDS! É bonito mas não convence uma criança que ainda acredita no Pai Natal. O CDS, aliás PP, é um esquife que navega ao sabor do vento e das doses de brilhantina que o dr Portas eventualmente usa para fixar aquele cabelo que mais parece uma peruca.
Tem, porém, razão num ponto. Quando um deputado resolve desvincular-se, deve desvincular-se de tudo. Foi de boleia para o parlamento e só o nome do partido é que o conseguiu levar lá. Sem a entrega da cadeirinha qualquer discurso soa a oco.

Continuam a aparecer nomes na lista dos banqueiros acusados. Aquilo toma proporções de enxurrada. De enxurradas: de acusações e de ordenados gigantescos. De ordenados que roçam a pura e simples indecência.

O Presidente Bush tem um poder de esquiva impressionante: evitou dois sapatos voadores lançados com notável pontaria por um jornalista chiita. Lembremos, sem nos pronunciarmos quanto ao mérito, que os chiitas foram, com os curdos, os principais beneficiados pela invasão americana. E que a “al qaeda”, inexistente no Iraque à altura da invasão, é de inspiração sunita. Só para evitar confusões.
Parece que o jornalista será acusado de delitos puníveis até dez anos de prisão. Cinco por sapato. Devem ser sapatos caríssimos…

Os panificadores lisboetas terão combinado preços. Que novidade! Correm o risco de terem de pagar um milhão de euros por “cartelização”. Estou cheio de pena deles…

Os petroleiros portugueses não se conluiaram quanto a preços. Ou, pelo menos, é que um cavaleiro veio dizer na televisão. As subidas e descidas de preço não foram simultaneas nem do mesmo exacto valor. Também se fossem quem é que não os acusaria? A minha sábia mãe diria que qualquer cavalheiro ligado aos petróleos sabe isso há cem anos e que se caisse na tentação de cartelizar evitaria as burrices dos panificadores.

d'Oliveira

10 dezembro 2008

A varapau 2

A unidade, a união sagrada e os seus adeptos

O dr Mário Soares resolveu fazer um apelo. Um apelo à unidade. Diz o excelente senhor que numa situação destas (presume-se que se refere à economia, apesar da calma olímpica de vários responsáveis governamentais) não se deve andar em “guerrilhas” políticas. Deve haver unidade. À volta do Governo, presume-se.
Parece que o dr Soares entende que a política deve ir para férias por uns tempos. E a democracia provavelmente também. Como se a crise fosse outra coisa que não política. Como se a economia fosse algo que é independente da política.
O dr Mário Soares não é como o vinho do porto. Envelhece mal. Então descobriu agora que o apelo à unidade, usado por tudo o que foi regime fascista, é o ideal para combater a crise. Esquece que durante os muitos anos em que andou na oposição, o governo da altura o criticava por ele andar em guerrilhas esquecendo que o país estava a braços com uma, duas ou três guerras na África.
O apelo à unidade, feito desta maneira, diz tudo, infelizmente, do pensamento cadaveroso de alguma elite política portuguesa. Claro que o dr. Soares tem uma desculpa. Do outro lado está Manuel Alegre. E ele, Soares, que jura não falar disso, só fala disso, mesmo quando silencia. Não engoliu a derrota eleitoral.
Também fez umas declarações curiosas sobre coragem política. Poderia, mesmo tardiamente, atribuir à drª Ferreira Leite a mesma coragem que hoje reconhece numa sua sucessora. Porque Ferreira Leite tinha na altura a mesmíssima razão que a sucessora hoje tem. Mas provavelmente o dr Soares acha que a tempos diferentes (mesmo que próximos) deverão corresponder apreciações diferentes.
E tem razão: votei nele duas vezes e fiz mesmo parte do núcleo duro dos seus primeiros e escassos apoiantes. Depois preferi Alegre. E senti-me bem. Muito bem. Mas continuei a ter ternura e respeito pelo “velho senhor”. Custa-me vê-lo a dizer o mesmo que os mais alucinados apoiantes de Salazar. Quando se tem uma biografia há que respeitá-la, como disse um dirigente bolchevique que instado a confessar “crimes anti-partido” num processo de Moscovo para salvar a vida, preferiu não o fazer. Foi condenado e executado. E ainda hoje é recordado. E respeitado.

04 novembro 2008

a varapau 1

Eis aqui, graças ao talento sempre reconhecido do Professor Doutor João Vasconcelos Costa, a verdadeira imagem do afamado "Palito Métrico", agora quase desconhecido das novas gerações estudantis que usam e abusam de umas praxes estúpidas, grosseiras, violentas sem que ninguém (ou quase) tenha a coragem de lhes dizer basta. 
Quando vejo bandos de estudantes e "estudantas", mal amanhados numas capas e batinas que não sabem sequer usar, a comboiar um desgraçado grupo de caloiros amedrontados (e o caso muitas vezes não é para menos,,, que as cavalgaduras além de escoicinhar fazem coisas piores) nem acredito que fiz parte do "Conselho de Veteranos" que, em 1969 decretou o fim de todas as praxes violentas. 
Chassez le naturel, il revient au galop! 
E o natural destas raparigaças e destes rapazolas é assim: muita prosápia, mais ignorância e burrice supina! 
Se é isto que vai fazer as vezes de elite nos anos a vir, o melhor é prepararem-se todos para emigrar que esta gente estraga tudo o que toca. 
A cada qual o seu especial toques de Midas (no caso: de Merdas). 

d'Oliveira fecit