25 junho 2004

Como legalizar obras em Portugal

Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures numa das colinas de Lisboa que cumpria essa condição. No entanto, uma das assoalhadas não tinha janela. Falou então com um arquitecto amigo para que ele fizesse o projecto e o entregasse à câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema. Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela.
Passado alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da câmara davam um rotundo não à pretensão do proprietário de fechar a dita cuja janela.
E assim, o dono da casa não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela!"

enviado por Tomas

4 comentários:

josé disse...

Também já conhecia e está bem apanhada.
Mas prefiro dizer que é um palimpsesto, uma escrita em cima de outra, reescrevendo o que já fora dito. Também pode ser uma metáfora interessante, como se o que escrevêssemos não pudesse passar de uma reescrita do que outros já disseram. Talvez por isso, haja rabinos-judeus que passam os dias das suas vidas a ler o Tora, para descobrirem O nome.

Kamikaze (L.P.) disse...

Tomás colocou o texto entre aspas, como compete. Se não identificou a fonte terá sido, certamente, por lapso ou porque a desconhecia. Eu também já conhecia o escrito, mas como fonte só poderia invocar os "FW" do email...

(Pinto Nogueira, essa do "pleonasmo" - repetição desnecessária de palavras que têm o mesmo sentido - não vem muito a propósito nem do texto, nem do comentário, nem da sua vasta cultura...)

Anónimo disse...

Não percebi nada dos comentários; estes juristas complicam e implicam.

Anónimo disse...

Como é que se há-de perceber, se Pinto Nogueira, que já "entendeu muita coisa", retirou o seu comentário inicial? Enfim, sempre dá para ir entendendo nas entrelinhas, acho eu. Mas se calhar percebi mal.

Anónimo 2