13 junho 2004

Degredo?

"Teófilo Santiago, o subdirector da Polícia Judiciária do Porto afastado por Adelino Salvado, em circunstâncias que a generalidade dos partidos pretende ver esclarecida no Parlamento, vai ser destacado como oficial de ligação em Cabo Verde", noticia hoje o Jornal de Notícias.
Ler, a propósito, Salvado e o Tarrafal..., na "Grande Loja..."

4 comentários:

Anónimo disse...

O Salvado continua a fazer malvadezas, em nome da defesa da impunidade dos seus amigos do "patamar do poder", como gosta de dizer. Só num tempo de facas longas como este é que o desembargador que ganhou um seguro de vida eterno lendo uma sentença conveniente pode continuar a destruir os alicerces da PJ. Uma corporação que mesmo o professor Antunes Varela, no tempo do outro "senhor", procurou preservar da completa dependência do poder político, evitando por exemplo, misturas com a Pide. Salvado e os magistrados que, como ele, actuam como comissários políticos da coligação PSD/PP, mais portista, de portas..., hão-de um dia prestar contas pelas sucessivas denegações de justiça que impuseram. Um dia há-de ser feito um balanço dos inquéritos que fizeram implodir, desde o do Gang do Fisco, passando por mega-fraudes com combustíveis, redes de contrabando de tabaco, de álcoól, pela investigação do Apito Dourado, pelas malas a abarrotar de notas abertas pelo deputado Preto, pelas transferências dos Cruz e Silva. O que esperam os conselhos superiores da magistratura e do MP para acabar com a vergonha de haver magistrados colocados em posições-chave para neutralizarem na PJ os mais capazes e os que não fazem cálculos sobre a estabilidade governativa, leia-se proteger os filiados do PP e também do PSD de prestarem contas à justiça? O regabofe não pode continuar, em nome da transparência, do princípio da legalidade e da igualdade dos portugueses perante a lei e da própria livre concorrência. Salvado tem de ir à Assembleia da República explicar as safadezas que tem feito.

josé disse...

Esta acção da direcção nacional da PJ, com o presumível apoio governamental, para além da desfaçatez e do olímpico desprezo pela opinião pública, ou até da publicada, é das maiores vergonhas a que assistimos desde há largos anos no Portugal democrático!

É uma desfaçatez tanto maior, porque já não restam quaisquer dúvidas acerca das motivações que até agora eram mais ou menos ocultas: sapar a capacidade de investigação policial a certos agentes de uma classe política que vive há anos num sistema corrupto de tráfico de influências e de negociatas delapidadoras do erário público.
É de uma ironia suprema que tal acção que se aproxima perigosamente de uma autêntica denegação da justiça tenha como fautores indivíduos que já foram da esquerda comunista! Era preciso lata e não há dúvida que a têm!

Anónimo disse...

A ideia de ter magistrados judiciais autênticos «comissários políticos» (p. ex., n PJ, SIS, PSP, etc.) não é nova. Sempre se prestaram a isso. Alguém se lembra de que o conselho superior da magistratura, na sequência da demissão de F. Negrão, deliberou não autorizar mais comissões políticas, perdão, de «serviço», para a PJ?
A ideia não é nova. A vergonha, sim.

josé disse...

Numa das escutas telefónicas aos envolvidos no caso de António Preto e que foram divulgadas na comunicação social, há uma referência do tipo ao juiz Jacinto Meca como sendo "um dos nossos".
Isso é exemplar do que se passa e é evidentemente uma vergonha para a magistratura, que deveria ser isenta e no caso dos juizes,independente.
Não se trata de um magistrado ser ideologicamente de "esquerda" ou de "direita", seja lá isso o que for e que eu questiono abertamente quanto à validade taxonómica. Não! Trata-se de acantonar um indivíduo que é juiz, a um grupo partidário concreto!

E não me importo de por o nome porque não vi desmentido. E neste caso seria necessário...

E para além desse caso, há evidentemente outros, por exemplo o de Fernando Negrão.

Eu pergunto: estarei a ser demasiado talibanesco ou a isenção e independência implicam um efectivo apartidarismo?