20 junho 2004

Vila do Conde

é noite, o oceano bate de encontro ao cais. olhamos o espetáculo encantados.
apaixonados olhamos a nós mesmos.

aí, curvei-me a todos os fatos. todos. sem exceção.

nunca esqueço estas fotografias, o sentimento nelas embebido.
minha alma despida . tua alma tomada de amor.
ambos amor e desejo nos pareciamos ao mar batendo furioso contra a amurada.

paixão é isso : vagas e vagas atirando-se como se fosse tempestade. é essa estranha energia que nos atravessa e transborda.

eugênia fortes

7 comentários:

Silvia Chueire disse...

Caro sr. L.C.
Agradeço a publicação do texto. E porque eu mesma esqueci de ao colocá-lo no comentário a outro poema, informo-lhe o título deste pequeno texto.Chama-se : Vila do Conde.
No mais, novamente agradeço.

Silvia Chueire disse...

É uma bela cidade, Sr.( Sra.?) Yoriko. Parece um bom lugar para morar.

Primo de Amarante disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Primo de Amarante disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Primo de Amarante disse...

Que chatice morar no rch,esq.trs.da rua da banharia!!!!!

Anónimo disse...

Porque Vila de Conde inspira!...
Também para o «Compadre ESteves», da rua da Banharia, mais uma nota de poesia e, desta vez, de Ruy Belo:

PORTUGAL SACRO-PROFANO
Vila do Conde

O lugar onde o coração se esconde
é onde o vento norte corta luas brancas no azul do mar
e o poeta solitário escolhe igreja pra casar
O lugar onde o coração se esconde
é em dezembro o sol cortado pelo frio
e à noite as luzes a alinhar o rio
O lugar onde o coração se esconde
é onde contra a casa soa o sino
e dia a dia o homem soma o seu destino
O lugar onde o coração se esconde
é sobretudo agosto vento música raparigas em cabelo
feira das sextas-feiras gado pó e povo
é onde se consente que nasça de novo
àquele que foi jovem e foi belo
mas o tempo a pouco e pouco arrefeceu
O lugar onde o coração se esconde
é o novo passado a ida pra o liceu
Mas onde fica e como é que se chama
a terra do crepúsculo de algodão em rama
das muitas procissões dos contra-luz no bar
da surpresa violenta desse sempre renovado mar?
O lugar onde o coração se esconde
e a mulher eterna tem a luz na fronte
fica no norte e é vila do conde
Ruy Belo, PALAVRA[S]DE LUGAR

Primo de Amarante disse...

Obrigado, muito obrigado.E para retribuir, aí vai um poema de um ilustre causidico, meu amigo:

"Despede-te da casa
Para ires ao encontro do bosque do mundo
Despede-te do espelho
Para ires ao teu encontro
Despede-te de ti
Para ires ao encontro do branco-nada.
Antes de partires tapa com lenços negros
Os orifícios do teu corpo
Tapa-os com lenços vermelhos.

E envolve-te em argila marinha

Se queres que o teu caminho
Seja um poema mais tarde."

Henrique Dória (também conhecido pelo PRIOR)

Obs: nunca compreendi essa estravagante ideia de tapar com lenços vermelhos os orifícios "do teu (dela) corpo". Sempre pensei que a poesia brotava melhor de orificios abertos. Mas há fetiches que só alguns poetas conhecem!