Depois do que te disse
descansei
escrevo-te sem endereço
no reverso do que fiz
não escolho as ruas onde moras
paro no verso
nunca atravesso
fecho-me na caixa do correio
à espera que me escrevas
melhor é acampar
no dedo direito desse magro braço d´água
cingido à complicação elementar
de estar vivo
Boaventura de Sousa Santos
23 julho 2004
Carta de um velho quando jovem
Marcadores: Poesia, Primo de Amarante (compadre Esteves-JBM)
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