Do Portugal Profundo, pela tecla de Antonio Balbino Caldeira, num interessante texto promissor, salienta o papel da edição electrónica livre e gratuita dos blogues para "O novo mundo da democracia directa".
E lança um repto ao amigo José da Loja, aos parceiros das Incursões e ao apóstolo dos Direitos:
A ameaça de processos judiciais, que ainda não foi tentada, é uma reacção da ingenuidade saloia que alimentaria ainda mais a difusão da informação, exporia os abusos e faria heróis de quem os denuncia. Ora, os senhores do silêncio e das trevas não sobrevivem à exposição. Por isso, a última coisa que querem é processar populares que denunciem crimes e irregularidades. A nossa liberdade (dos blogues, sítios e difusores de mails e SMS), que não tem, ao contrário dos media tradicionais, uma cobertura jurídica específica - isso é para o meu amigo José da Loja e para os parceiros das Incursões e o apóstolo dos Direitos teorizarem - decorre da força intrínseca do povo.
Mãos à obra!
2 comentários:
Meus caros, muito cuidado com o que desejam...
a democracia será sempre por definição mediada; o discurso do ABC por muito sedutor que possa parecer é infinitamente perigoso porque ironicamente põe em causa os fundamentos da própria democracia. Uma coisa é a "accountability" que de facto não existe, outra o resto.
A seu tempo merecerá a devida atenção na Loja...
A "accountability" não chega. Em vez dela veja mais a preocupação - quase ubíqua!... - com o "accounting". O "accounting" de bolso - aquilo a que se pode chamar o tacho e o pêlo. Qual responsabilização perante o eleitorado!... A maior responsabilização é de um homem perante a sua família - daí a coerência dos políticos profissionais: o bolso...
Pode censurar-se um homem que não tem outro sustento senão a política de aproveitar as gordas lacunas do sistema político?... Pode e deve.
Mas se o que vigora é o "sistema das fichas" de militantes, se a lei não o impede, por que não filiar, na controlada concelhia, a sogra e a avó que votam no cacique local que vota no distrital que co-opta o de serviço?... A rectidão precisa do amparo das regras. E não há regras que corrijam a falta de democraticidade interna dos partidos. Por isso, há toda a vantagem na eleição directa interna dos candidatos.
O "sistema das fichas" não tem nada de democrático.
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