01 agosto 2004

Junto ao mar


Eu quero morrer junto ao mar,
num finar devagarinho,
com ou sem dor, pouco importa,
desde que olhe para o mar.
Quando eu souber, dir-te-ei,
que o fim está para chegar
- leva-me, devagar, pela mão,
lívida, magra e sem força,
num passeio até ao mar.
Eu quero morrer junto ao mar,
hoje, amanhã, não interessa
- desde que seja junto ao mar
e tenha a tua alma por perto.

(Anónimo, séc. XXI)

3 comentários:

Silvia Chueire disse...

Escreve bem este anônimo.

Silvia Chueire disse...

Ah, sorri aqui imaginando as pessoas a perguntarem-lhe isto, carteiro. E entregarem correspondência. :)

António Balbino Caldeira disse...

Para quem diz que não é poeta, soa como se... é.