Levado, como um pássaro já morto,
Aos ombros insensíveis da cidade,
Nesta aldeia sem fim chamada Porto,
Fujo ao pavor, às vezes, que me invade.
E cismam, ainda, todas as ruas
Onde pequei e onde me arrependi…
-- Não serão mais do que as espáduas nuas
Em que não pesa nada sobre si?
Talvez que desfeadas pela gente,
Um dia, denunciem, friamente,
O Poeta que fui
--- Devo escondê-lo
Antes que os vermes torçam-lhe o cabelo?
Pedro Homem de Mello
6 de Setembro 1904 /
6 de Setembro de 2004
06 setembro 2004
Devolução
Marcadores: Primo de Amarante (compadre Esteves-JBM)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário