14 setembro 2004

Fatos

Pois é: amanhã abrem os tribunais. À cautela, andei a espreitar os armários e cheguei à triste conclusão que estou deficitário em fatos. Em gravatas nem tanto. Não pude deixar de pensar no tempo em que tinha fatos a mais e caros demais. Realmente, uma mulher a tempo inteiro faz muita falta numa casa, mais não seja por causa dos fatos. Ainda por cima, nesta altura não faz muito sentido comprar fatos de Verão. Apenas uma coisa me anima: na Associação Empresarial Portuguesa foi "decretado" que ninguém é doutor nem engenheiro. Por isso, acho que vou "decretar" que durante os próximos tempos, enquanto não compro fatos novos, vou andar por aí de "jeans". Quando chegamos a determinada altura da vida, já (quase) tudo nos é permitido, não é?

2 comentários:

Silvia Chueire disse...

Que seja boa a volta ao trabalho. De jeans ou não. :)

Anónimo disse...

Queira-se ou não, o hábito também faz o monge. Não porque lhe modifique a sua natureza intrínseca de ser ( que é o essencial), mas porque a função --e ao cidadão não é alheia a imagem-- exige alguma dignidade-dignificação digamos de ritual. Como devem saber,não é a beca dos magistrados nem a toga dos advogados que dá existência ou validade jurídica ao julgamento ou outro acto processual. Não decorre qualquer nulidade ou irregularidade por causa disso, que inquine o que quer que seja.
Mas agora imaginem o que se passa nos tribunal ( e tribunais) europeus, em particular no sistema anglosaxónico, principalmente na Inglaterra.
Cá para mim, importavam-se as cabeleiras postiças que por esse continente fora se usam na cabeça dos magistrados e metia-se, por baixo delas,disfarçadas, ventoinhas a refrescar...
Ora, meus amigos, de ténis ou sandálias de meter no dedo, calção e T-shirt, com a beca por cima e uma cabeleira postiça à inglesa, não me digam que não era mais giro... Buenas tardes.