Nos últimos tempos - uma vezes por acaso, outras não - tenho estado muitas vezes com o meu primo Zé João, um dos cerca de 40 primos direitos que tenho e aquele de quem mais me orgulho. Um orgulho nada egoísta. Não gosto dele porque ele é o João Pereira Coutinho - não, não é esse, o rico... -, o polémico colunista do Expresso (ex-Independente, na rubrica "Vida de Cão", e percursor de bolgs com a "Coluna Infame", que morreu pelo conflito com o lado esquerdo). Gosto dele, porque o sucesso dele conseguiu tirar de cima de mim uma pressão familiar enorme. Ele é o melhor de todos nós, onde há alguns bons e outros nem por isso. Mas há outros motivos para que eu goste dele: o João - que muitos discutem se é intelectual de direita ou se é intelectual ou se é de direita - é um puto de 27 anos que lê o mundo sem sobranceria, que faz perguntas porque quer saber, que tem uma enorme curiosidade sobre o mundo que lhe escapa, que faz perguntas com a humildade de quem não se sente um iluminado. Hoje, ao jantar, estive com ele. Por acaso. Contei-lhe do meu post "Metrosexuais". Riu-se perdidamente. E, sem que eu lhe tivesse dito o que escrevi, ele desatou a dissertar sobre as origens. As nossas origens na "terra-do-mata-e-queima"...
(Desculpa lá, pá, mas apeteceu-me. E ninguém te vai culpar por teres um primo assim. Afinal, nós não escolhemos a família, pois não? )
2 comentários:
Por acaso o outro é que podia ter orgulho no primo carteiro... Quanto ao resto da prosa não dê tiros nos pés nem insulte a sua familia. "o melhor de todos" ?! o J P Coutinho ? Só nestas modestas linhas v. já mostrou ter mais sentido de humor e ironia que o catraio em não-sei-quantas croniquetas seguidas...
O coração tem razões que a razão desconhece. Ainda bem, acho eu.
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