08 outubro 2004

Apoios

Com o título "Souto Moura perde apoios no PS", o DN de hoje, com que objectivos não se percebe bem, retoma em manchete a requentada notícia da deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, de 29 de Setembro passado, de manifestação ao Procurador-Geral da República da sua "solidariedade e confiança institucional".
Paralelamente, a Procuradoria-Geral da República divulga no seu site o sentido da deliberação e as declarações de voto dos Drs. Rui Pereira e João Silveira, os tais apoios perdidos do PS.
Mas o Procurador-Geral da República está dependente dos "apoios", mais ou menos interessados, desses conselheiros? Ou não será que a sua força reside exactamente na sua impermeabilidade a interesses espúrios? Perda de apoios desses é bom sinal...

12 comentários:

Kamikaze (L.P.) disse...

O título da notícia de Licínio Lima não corresponde, em nada, ao que consta da notícia que, essa sim, me parece corresponder ao que se extrai, objectivamente, do teor dos votos de vencido de Rui Pererira e João Silveira e que não permite, de forma alguma, retirar a conclusão que faz "a cacha". Velhos métodos para mais um ataque ao PR. A oportunidade do ataque é que me escapa (ou só agora o site da PGR disponibilizou o teor da deliberação e daqueles votos e para lançar mais ataques ao PGR qualquer altura é boa, para certos interesses).
Em todo o caso, corporativismos à parte, os votos de vencido parecem-me, no geral, bastante aceitáveis.

Manuel disse...

ai Kamikaze,

as asas, quem me dera ter ainda as suas asas de anjinho ;-) ...

Anónimo disse...

Aquilo não são votos de vencido nem abstenções: são VOTOS CONTRA. Há «toupeiras» em todo o l(o)ado. Então se tiverem vindo do SIS...

Kamikaze (L.P.) disse...

palpita-me que este anónimo não leu os "votos contra".

Anónimo disse...

O destaque do DN, sobre uma notícia que o JN já publicara, tinha apenas como propósito levar para o fundo da página a questão do Marcelo.
Teria algum interesse conhecer o teor da proposta inicial para se poder comparar com a moção (?) que foi aprovada.
As declarações de abstenção parecem-me sensatas no contexto político em que o PGR se encontra.
É preciso compreender que, para o PS, o PGR não é uma força de bloqueio mas a personificação do Mal.
Não dever ser fácil digerir a quem pensa ter criado um ser angelical vir a descobrir que a criatura escapa ao criador.

Kamikaze (L.P.) disse...

Sempre úteis os esclarecimentos do Tomas.
Quanto ao último anónimo, pode ter razão no que respeita à motivação do destaque dado à notícia repescada do JN do dia anterior. No mais concordo com ele.
Tânia: não por acaso pus a palavra cacha entre parentesis. Mas realmente não me tinha apercebido da notícia do JN...

Kamikaze (L.P.) disse...

Manuel: deve ser duro já não ter nem uma réstea de asinhas... :)

Anónimo disse...

A Tânia começa a ser uma figura incontornável nestas coisas das (in)justiças. Deve acordar algumas vezes, pelas tantas da noite, com as orelhas em lume brando. Espero que a Lusomundo lhe tenha pago um complemento pela notícia do DN.

Kamikaze (L.P.) disse...

Ora aí está um esclarecimento que parece cabal.

A.R. disse...

O título do DN é irrelevante. É público e notório que Souto Moura perdeu qualquer apoio do PS. A história desses acidentes e incidentes está por fazer. Esperemos que SM, num futuro próximo, possa (e queira) contribuir para o seu esclarecimento.

Perante os ataques pessoais que visaram o PGR, aliás estrategicamente preparados e obedecendo a um injustificado propósito de descredibilização, parece-me que o Conselho Superior do Ministério Público tem a autoridade moral para se pronunciar sobe o assunto e, se assim o entender, manifestar a sua solidariedade àquele que preside ao Conselho. Tal manifestação não traduziu qualquer adesão, ou aplauso, ou apreciação do desempenho do PGR.

Não é de espantar que os membros do Conselho com ligações ao PS não tivessem querido manifestar essa solidariedade pessoal. Seria previsível que não o fizessem. As explicações que deram são desculpas esfarrapadas e inscrevem-se nesse mesmo plano de descredibilização.

Tenho dúvidas sobre a oportunidade do gesto. Há gestos magnânimos mas desajustados. Há gestos bem intencionados mas capazes de gerarem ondas que “abafam” o seu próprio significado.

Concordo com o Nicodemos quando escreve que, no caso, a abstenção foi um voto contra. Mas é o que sempre acontece em situações idênticas. Preocupante é quando fala no propósito, mais ou menos encapotado, da governamentalização do Ministério Público. Esse é um tema que está em cima da mesa, também no PSD, ainda que ao arrepio de todas as recomendações internacionais sobre a matéria.

Anónimo disse...

O que me continua a espantar é o autismo da (de alguma) hierarquia do Ministério Público. O voto de confiança proposto só poderia ter um de dois destinos:- ou era aprovado por unanimidade e aclamação, facto absolutamente irrelevante na actual conjuntura;- ou era rejeitado pela maioria ou por alguns dos conselheiros, como o foi, passando então (e só então) a ser notícia. Assim, se o objectivo de quem propôs o voto de confiança era amparar a posição do PGR, mais valia ter estado calado.

Anónimo disse...

O que me continua a espantar é o autismo da (de alguma) hierarquia do Ministério Público. O voto de confiança proposto só poderia ter um de dois destinos:- ou era aprovado por unanimidade e aclamação, facto absolutamente irrelevante na actual conjuntura;- ou era rejeitado pela maioria ou por alguns dos conselheiros, como o foi, passando então (e só então) a ser notícia. Assim, se o objectivo de quem propôs o voto de confiança era amparar a posição do PGR, mais valia ter estado calado.