passa-se o tempo na pedra perdida do silêncio.
o musgo recobre a minha boca
dos dias úmidos que passam.
quisera não ser a mesma
quando não há margens,
quando a corrente é fria,
e a calma apenas aparente.
quisera abandonar o tecido
de cada fio de água,
pela concretude do beijo.
pela tessitura lassa
das palavras sussurradas.
passam-se dias e noites
como se não o fossem.
espetáculo perdido na estrada.
quisera ser a de ontem,
a que olha,
um olhar pacífico de certezas.
quisera ser a de amanhã.
a que não teme,
não murmura gotas
fingindo que são versos.
mas ergue-se e diz:
eu ! e sorri.
silvia chueire
06 novembro 2004
de amanhã
Marcadores: Poesia, Sílvia Chueire
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2 comentários:
Sempre gostei de uma umidade sem agá e de poemas assim tão plenos de nostalgia. A sua colaboração é já essencial.
Obrigada.Muito.
Silvia
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