04 novembro 2004

"João Guerra não aceita outros inspectores"(*)

Segundo o DN de hoje, «o procurador do Ministério Público (MP), João Guerra, que liderou a equipa de investigação aos abusos sexuais na Casa Pia, não quer que as certidões extraídas do processo sejam entregues às novas chefias da secção dos crimes sexuais da Polícia Judicária (PJ). Num parecer enviado ao procurador-geral da República (PGR), Souto Moura, o magistrado afirmou que os casos pendentes deveriam permanecer nas mãos dos inspectores Rosa Mota e Dias André, os quais, findo o regime de exclusividade, deveriam regressar aos lugares de origem, ou seja à secção de crimes sexuais.
(...) Souto Moura enviou para o director nacional, Santos Cabral, um ofício com data de 21 de Outubro, ou seja, ao mesmo tempo que o director nacional promoveu a rotação interna, no qual afirma devia ser aproveitada «a experiência que os inspectores em questão já tinham e o desempenho muito meritório que revelaram no caso em apreço».
Daí que o PGR tenha recomendado o regresso de Rosa Mota e Dias André «aos lugares de origem e fiquem afectos às investigações ainda em curso». O que não aconteceu: Rosa Mota foi colocada no combate à pedofilia na Internet e Dias André na secção de desaparecidos.
A recomendação de Souto Moura não caiu bem na direcção nacional: Santos Cabral remeteu quaisquer esclarecimentos para o MP. E, ontem, fontes da PJ adiantaram ao DN que o ofício foi visto como uma tentativa de «intromissão» na vida interna da Judiciária.

(*) título da notícia do DN - clique aqui para ler a notícia completa)
(Também o JN dá relevo ao caso)

2 comentários:

Anónimo disse...

Ofícios para baixo, pareceres para cima, cartas para um e para o jornal! Estes senhores não sabem pegar no telemóvel, acordar um encontro,tomar uma bica, discutir as questões e arranjar soluções sem estas guerrinhas de merda? Que lamentável! Ou há outras coisa mais a montante?

Anónimo disse...

O dr. Souto Moura que se cuide. Quase ao mesmo tempo, a imprensa fez-se eco de documentos confidenciais da Procuradoria Geral da República. Como é que a carta do PGR para o director nacional da PJ foi parar à redacção do Correio da Manha e da TVI? Mistério.... Mais fácil de determinar a origem da fuga é a outra indiscrição,consumada pela divulgação do documento facilitado pelo PGR ao advogado dos tripulantes do jacto apreendido na Venezuela. Neste caso, a autoria da violação do segredo interno de justiça pode ser atribuída ao advogado de defesa ou a quem não atendeu ao facto de o documento se destinar tão só a esclarecer os investigadores e magistrados venezuelanos. Quanto à carta, uma pergunta: não irá um dia aparecer uma cassete com a gravação da conversa entre quem deu o documento reservado e quem o publicou?