vaga a noite, vaga,
não descansa.
e umas asas se desfraldam
luminosas,
como se fossem palavras
e esperança.
nas pontas dos pés
eu bailarina,
toco de leve a corda
sobre o abismo.
equilibrista,
os músculos retesos,
atenta a cada gesto ínfimo ;
que não me atire,
não me mate,
não incida íntimo
e amargo no meu peito.
voam meus olhos a olhar as asas,
voam este vôo sem retorno,
nas asas de todos os desejos.
no tênue tecido destes versos,
deitam-se tantos pensamentos,
imagens, memória e canções.
breve,
cuidadosa dos meus passos,
no peito o sonho
irresistível ,
na alma o sonho
incontestável,
toco a sapatilha nesta corda.
silvia chueire
12 dezembro 2004
incontestável
Marcadores: Poesia, Sílvia Chueire
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3 comentários:
Agradeço a ambos a atenção e as palavras.
Equilibrar-se é mesmo difícil. : )
Abraços,
Silvia
Parabéns Eugênia, por este e pelos anteriores poemas com que tem honrado o Incursões.
Obrigada, Kamikaze.
Um abraço,
Silvia
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