Cá estou, alguém tem de estar, que um blog não pode parar, coisas de ex-jornalista que ainda não perdeu todos os tiques.
Saí para o Marco só ao fim da tarde, tarde demais, tive de passar pela área de serviço para lavar o carro e esconder na mala a rima de jornais que habita o banco de trás, porque já esta semana tinha levado um raspanete do meu pai por causa do carro sujo e do cabelo comprido que, à cautela, também já cortei.
Falei com os meus filhos durante a viagem, fiz outros telefonemas, avisei o Zé Carlos de que já não ia a horas de me encontar com ele - ritual rompido - e cheguei a Soalhães triste, tentando disfarçar a tristeza. Recebi mensagens e respondi a mensagens. Antes de jantar, passei por casa da minha tia mais vellha que já não via há uns tempos e encontrei tios e primos mais novos.
Janta-se cedo em casa dos meus pais, mesmo quando é Natal. Passei a seguir por casa de outros tios, vi outros primos e segundos primos e, talvez pela primeira vez nos natais dos últimos anos, acho que me reencontrei com alguns deles de quem guardo mágoas, mas não guardo rancores, que eu não sou dessas coisas.
Continuei a responder a mensagens - é curioso como há tanta gente que se lembra de nós nestas alturas... - e intentei regressar ao Porto. Mais ou menos a custo, deixei a via rápida, virei para o Marco-cidade, o Central estava aberto, ainda não era meia-noite, e tomei um café. Um café de café na Noite de Natal é das coisas melhores que podem acontecer. Lembrei-me que o Aires, que não é da família mas é como se fosse, me tinha convidado para passar por casa dele e eu fui e arrisquei um "malte", e vi mais tios e primos.
Saí do Marco passava já das 2 horas, vim devagar que a auto-estrada estava molhada, entrei no Porto e hesitei, Para casa? Passo no Triplex, que está aberto esta noite? Para casa. Afinal ainda não li os jornais de sexta, também já não sei se vale a pena ler ou esperar um pouco mais e ler só os de logo, que nestes dias não há notícias.
Estou em casa. Afinal eu tinha prometido que assegurava os seviços mínimos nesta noite. E cá estou. Obrigado a confessar que voltei melhor do que quando saí de casa. Nem tudo é mau...
25 dezembro 2004
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Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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