Termina já no próximo Domingo a exposição de Paula Rego no Museu de Serralves, a qual está patente ao público desde 15 de Outubro e já atraiu mais de 100.000 visitantes. Para quem ainda não se deslocou a Serralves, sugiro uma visita nos próximos dias de modo a não perder esta exposição de um dos maiores vultos da pintura contemporânea. Rigorosamente a não perder!
18 janeiro 2005
Paula Rego em Serralves
Postado por jcp (José Carlos Pereira)
Marcadores: JCP (José Carlos Pereira)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Fui ver a exposição e vi-a de forma demorada. Interiormente, não gostei. Achei uma "arte de cavalete" deprimente, sem deixar uma saída. Só confessei isso à minha mulher. Hoje tive a possibilidade de falar, durante (cerca) de duas horas com um amigo que está jubilado como professor catedrático de pintura. Lembrou-me a influência que a banda desenhada, o Freud, Degas, Matisse e muitos e muitos outros exerceram sobre Paula Rego. A importãncia que nela teve a "ilustração".Também concordou que o marketing é que faz as enchentes. Também concordou que é uma arte deprimente. Também achou que Francis Bacon é muito mais rico, sob o ponto de vista estético. Também pensa que o "pensamento correcto" invadiu a arte, por influência do marketing.
De qualquer forma, vale a pena ver a exposição, sobretudo acompanhado de um guia e, se possível, depois de ler o livrinho carissimo (42Euros) que, por todo o lado, está á venda.Há um outro do "Público" (10euros) que serve muito bem.
Agostinho: não estou de acordo consigo, quando diz: "Não somos um país rico em pintura". Lembre-se do que foi designado por "escola do Porto". Naturalmente, tudo pode ser relativisado. Somos um pequeno País, se fossemos como Itália, talvez fossemos muito mais ricos. Há quem avalie o "valor estético" de um artista inversamente ao número de quadros que produz. É certo que este padrão não serve para definir correctamente a estética, mas serve para definir o que o marketing "empurra". O marketing não é um mal em si, mas o gosto estético, implica maturação da sensibilidade por muita reflexão sobre conhecimentos e sobre muita informação,o que não se compadece com um gosto correctamente dirigido para a lógica comercial.
Veja,p.ex., a Vieira da Silva diz-me muito mais: a sua arte é aberta, não nos deixa deprimido. No entanto, a sua exposição tem estado quase vazia! Há muitos artistas que ficaram na história e no entanto no seu tempo eram desprezados. Pouco interessa à arte o gosto das multidões. Plagiando Nietzsche, diria que a lógica do rebanho nunca foi a lógica do bom gosto.
Há marketing, claro! Paula Rego está "na moda", a sua qualidade como pintora foi reconhecida no estrangeiro há já bastante tempo e o marketing nacional tornou-a apetecível para uma certa classe média, à partida certamente pouco prediposta a gostar da sua pintura.
Ao contrário do compadre, a força da pintura de P. Rego toca-me mais do que a de Vieira. Não vi a exposição na 111, mas vi pintura no CCB ou no Centro de Arte Moderna - já não sei precisar - e em Londres. Ainda não lera quase nada sobre a sua pintura e fiquei com vontade de ler mais, perceber mais...E mesmo á última hora, lá estarei em Serralves este fim de semana.
Enviar um comentário