Um post da GLQL chama-me a atenção para uma sondagem no DN sobre presidenciais. De forma muito mais expressiva do que tem sido hábito, os resultados são devastadores: Cavaco Silva esmaga a concorrência. Seja qual for a concorrência. Um esmagamento total!
O resultado da sondagem não me espanta. E diz-me outra coisa: seja qual for o resultado das próximas eleições legislativas, ganhe Sócrates ou Santana, estaremos perante um interlúdio. O país - seja da esquerda ou da direita - ao votar em Sócrates ou Santana, não está a escolher o melhor - estará escolher o menos mau. E isso é mau. É mau quando, em democracia, somos confrontados com a escolha do menos mau. Quando não votamos com convicção naqueles que acreditamos.
O resultado da sondagem do DN permite pensar exactamente o contário: as expectativas em Cavaco denotam um voto pela positiva. É um voto que atravessa a esquerda e a direita. Que ganha a totalidade do centro. É um voto na confiança.
Já aqui disse - creio que mais do que uma vez - que Cavaco sempre me assustou um bocadinho. Talvez tenha assustado muitos outros. Mas, perante a situação em que o país se encontra, já não me assusta. O que me assusta é o desânimo em que o país está, com os protagonistas que estão aí.
As intenções de voto em Cavaco dizem-me pelo menos uma coisa: há ainda personagens em que os portugueses confiam. E quando os portugueses têm alguém em quem confiar, também confiam em si próprios. O que é bom: ajuda a subir a auto-estima de todos. E ajuda a descobrir o caminho...
08 fevereiro 2005
Cavaco "esmagador"
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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1 comentário:
Temos que desconfiar dos esmagamentos totais. Não há candidatos assumidos, temos legislativas e autárquicas pela frente, é cedo para conclusões apressadas. Cavaco governou dez anos, perdeu para Sampaio, não teve a ousadia de concorrer há cinco anos e se voltar agora tem que lidar com os seus fantasmas dentro do próprio PSD. Confiança em Cavaco? Certamente a dos seus apoiantes de sempre. Chegará para ganhar? A ver vamos, mas a esquerda tem saído sempre vencedora das eleições presidenciais.
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