16 fevereiro 2005

Não aos boicotes eleitorais

O “JN” de ontem trazia esta notícia sobre uma manifestação de utentes da extensão de Soalhães do Centro de Saúde de Marco de Canaveses contra a falta de médicos de família e o mau serviço aí prestado.
Concordo inteiramente com este protesto cívico da população da minha freguesia natal, cuja realidade conheço bem. Aliás, numa sessão da Assembleia Municipal, há praticamente dois anos, tive oportunidade de desafiar o executivo de Ferreira Torres a implementar medidas que favorecessem a fixação de médicos no concelho, como a atribuição de subsídio de renda de casa, de uma compensação pelas deslocações ou de outros incentivos ao dispor da autarquia (taxas, tarifas, etc.). Sem resultados até hoje, como se vê.
Entre os manifestantes havia já quem defendesse um boicote às eleições de Domingo, ideia que rapidamente deve ser posta de lado. Participar nas eleições é um direito e um dever a que todos devem corresponder, como acto maior da cidadania e da responsabilidade democrática. Fazer as escolhas em consciência, quaisquer que elas sejam, é o maior contributo que cada um pode dar para ajudar a corrigir o que está mal e a construir um futuro melhor. Quando se “organiza” um boicote às eleições, os principais prejudicados são sempre aqueles que se vêem impedidos de votar.

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