21 fevereiro 2005

Sócrates, dia 1

José Sócrates e o PS tiveram a vitória que se esperava – se havia alguma incerteza ela residia na obtenção ou não da maioria absoluta. A surpresa esteve na progressão do BE. A simpatia e a espontaneidade de Jerónimo de Sousa confirmaram um bom resultado para a CDU. A mudança de postura e o “assobiar para o ar” do CDS/PP e do seu líder não foram compreendidos pela população. PSL e o seu séquito tiveram a recompensa merecida para as trapalhadas em que se meteram.
Contudo, há também outros sinais sobre os quais importa reflectir: os votos brancos e nulos subiram bastante, sobretudo os primeiros; o PND de Manuel Monteiro & Companhia, depois de uma campanha errática, não conseguiu sequer ser o primeiro dos últimos; a subida da esquerda contemplou até os partidos mais pequenos, como o PCTP/MRPP e o POUS; o PNR, de extrema-direita, mais que duplicou a votação.
E agora? Exige-se do PS e de José Sócrates a capacidade de formar um governo sólido, competente, com personalidades de capacidade reconhecida e de credibilidade inatacável. Não há desculpas para evasivas, reticências ou cedências ao aparelho puro e duro. Os eleitores disseram claramente que queriam um governo que ponha fim ao desvario dos últimos meses.
O momento da formação do governo será o primeiro grande teste de José Sócrates. Os que nele votaram, como eu, confiam que será capaz de encontrar as pessoas certas para dar um novo alento a Portugal. Vamos a isto?

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