23 março 2005

Família

Sei que hoje estou a abusar do espaço, que é tarde e que já devia estar a dormir, a aproveitar os últimos cartuchos das férias que Sócrates nos vai tirar, mais cedo ou mais tarde... Eu sei. Mas não consigo. Para além dos problemas diários, da vida que corre, tenho um problema de rebeldia para resolver. Coisa séria! Um "incêndio", que já consegui debelar, ainda que a floresta esteja armadilhada, um problema de autoridade, de pai para filha, enquanto o puto sobrevive colado sobre o meu peito de pai e encolhe os ombros, crítico não sei bem do quê, mas não do pai, isso eu sei.
Leio nos jornais polémicas sobre homens que batem nas mulheres (esquecem, quase todos, a violência das mulheres - física ou psicológica - que fustigam os homens), leio nos jornais polémicas sobre juízes que, estranhamente, retiram crianças a famílias de acolhimento para as entregar aos pais biológicos que as maltrataram e presumivelmente vão reincidir, leio... Leio que as mães são o elo mais adequado para tratar dos filhos, quando a família se desmorona. Leio tantas teorias, de teóricos, de pessoas certamente bem intencionadas, mas tão desafazadas da realidade...
Detesto - sempre destestei e passei a detestar mais quando teve que ser - direito da família. E é pena. Não fosse eu tão sensível às coisas que eu sei, às coisas que vivo, às coisas que me doem e, certamente, seria um especialista na matéria. Um verdadeiro revolucionário, pois claro...

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