11 maio 2005

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o sul era mais perto
nos jardins da minha idade: na
paixão dos livros o lento
percurso do insecto em
arca d'água o outono como
um odor de folhas no espaço
deserto dos plátanos à noite
não havia cidade:
apenas verão nos jogos sem
cansaço no jardim do marquês
a neblina
assombrava os pássaros e as crianças
que já não vês. o sul era mais perto
nos jardins da minha idade

António Manuel Lopes Dias -in Poetas da Centelha -AJHLP, Porto, 2001

Com os meus agradecimentos ao Compadre Esteves e ao Anto - que me ofereceram este livro-Amélia

10 comentários:

Primo de Amarante disse...

Obrigado Amélia. Há entre nós uma empátia que quase simultâneamente estamos em comunicação.

Kamikaze (L.P.) disse...

Lindo! a imagem, o poema e a empatia :)!

Silvia Chueire disse...

Ah...Mas que belo poema, este.
Também apreciei a imagem e a empatia . : )

Abraços,

Silvia

M.C.R. disse...

Se as leitores (e os leitores) se lembrarem atirei com um poema do AMLD numa das minhas primeiras farmácias. E juntava-lhe parte duma nota crítica do Fernando Assis Pacheco, que nisto de poesia tinha um olho de perdigueiro. Pois é: o AMLD é, tão bom poeta quanto preguiçoso: um tipo que tem um livro de estreia como foi o "País ignorado" não devia parar no tempo a coçar a careça e ver os filhos crescer.
Um dia destes ainda hei-de falar da Centelha, pequena editora nos anos de chumbo ( ou de brasa) que não tinha frio nos olhos e publicava o que muito bem lhe apetecia, Falar dos seus poetas, dos sonhos do Alfredo Soveral Martins e do João Bilhau, dum livro preparado e traduzido por mim que foi proibido logo que viram a capa e o título (Panteras Negras): se alguém tiver um eexemplar a mais e mo quizesse oferecer ficava felicíssimo: o meu exemplar foi-se numa rusga da "prestimosa" que levou esse e mais um quarteirão de outros livros e a mim mesmo vomo contrapeso...
Já agora wque estou com a mão na massa. O Manuel António Pina ganhou um prémio porreirinho com o soberbo "Os livros". força, malta, o livro está por aí mas livrarias. E aproveitem a Feira do livro porque é possível que País Ignorado e outros produtos da Centelha apareçam a rastos de barato. Já vos aviso: todos os que vir compro. Para presentes, manos, que eu não faço chatinagem com a poesia (nem com a prosa, pobre de mim!...).
Ó compadre José sabia que arranjamos o nome de Centelha na velha frase uma "centelha pode incendiar toda a pradaria". ah que tempos porreiros!!!

Amélia disse...

Ontem tentei responder, sem conseguir colocar o comentário, aos amigos, e, em especial, ao compadre sobre essa questão de empatia.
E apeteceu-me brincar um pouco: essa empatia é possível - e devemos à netmagia que permite assim encontros e - às vezes - desencontros...Estou a gostar deste lugar de diálogos e net-encontros e reencontros.:)
Olá, compadre, olá todo o mundo!

Primo de Amarante disse...

Olá Amélia. Olá kamikaze. Viva a empatia!

Kamikaze (L.P.) disse...

Olá compadre! Espero que melhor de saúde e começando a saber lidar melhor com o tempo adquirido com a sua nóvel condição de reformado... - há tanto para fazer!:)

M.C.R. disse...

Reformado, o compadre? Jesus, Maria, josé: que inveja!
E o leitor josé que não responde a minha inocente provocação!?
Abraços compadre Esteves. A propósito V. sabia que havia gente que chamava Esteves ao salazar porque os jornais só noticiavam as deslocações dele depois de terminarem? "Esteve em Nelas o senhor Professor... etc..".

M.C.R. disse...

Reformado, o compadre? Jesus, Maria, josé: que inveja!
E o leitor josé que não responde a minha inocente provocação!?
Abraços compadre Esteves. A propósito V. sabia que havia gente que chamava Esteves ao salazar porque os jornais só noticiavam as deslocações dele depois de terminarem? "Esteve em Nelas o senhor Professor... etc..".

Amélia disse...

A imagem, não é mérito meu-bastou-me encontrá-la.Agora o mérito vai é todo para o poema.Um abraço amigo