Há duas semanas atrás, discutiu-se aqui sobre os fanatismos clubistas, na sequência das atitudes de membros de uma claque do FCP no dia da vitória do Benfica no campeonato. Eu, como muitos outros, critiquei os fanatismos doentios, lembrando contudo que eles estão presentes em quase todos os clubes.
Li este fim-de-semana, com estupefacção, um texto de Manuel António Pina, escritor prestigiado e jornalista, publicado em 18 de Maio, no JN, a propósito da final da Taça UEFA em que o Sporting participava. Dizia M.A.Pina: “Não sou dos que, a meio da semana, mudam de camisola e, com argumentos patrioteiros, festejam os sucessos internacionais dos rivais. A pátria do adepto é o seu clube. Só um adepto sportinguista é capaz de viver a final de Alvalade, como só os adeptos portistas viveram as finais de Viena (onde eu sofri pelo Bayern…), de Sevilha (onde sofri pelo Celtic) ou de Gelsenkirchen (onde sofri inutilmente pelo Mónaco).”
Se alguém pretensamente culto e esclarecido como M.A.Pina é capaz de propagandear este sectarismo clubista, sofrendo de forma doentia pelos adversários europeus das equipas portuguesas (ou será só do FCP?), o que se pode exigir às turbas que compõem as claques? Exemplos como este mostram-nos que a irracionalidade pode estar onde menos se espera.
06 junho 2005
Fanatismos
Postado por jcp (José Carlos Pereira)
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3 comentários:
o moka, lá em Singapore, deve estar é com uma ganda moka e ter uma ganda mona. Sem desfazer, claro, é tudo no bom sentido :(
Há pessoas que têm de ser percebidas, digam os dislates que disserem. Estão acima. São deuses.
O Manuel Pina é um grande poeta. Mas quando fala sobre desporto deve-se-lhe dizer como Fídias ao sapateiro: não passes da sandália...
Ou como dizu+ia outro brocardo: por vezes até homero dormita...
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