01 junho 2005

Não se poderá calendarizá-lo?

pergunta José António Barreiros, no Cum Grano Salis

«Reformas para as calendas

Há um ministro que resolveu reunir com um comité de peritos, para o aconselharem, o que é normal. O curioso é que disse que reuniria quatro vezes por ano e acrescentou que seria uma vez por cada estação de cada ano, na esperança que tenha muitos. Adivinha-se pois no seu sector um Verão quente e o Inverno do nosso descontentamento. A sincronização dos trabalhos com o calendário é tarefa complexa. Nos tempos da Revolução Francesa o poeta Fable d'Églantine - que já agora, morreu guilhotinado - debateu-se com graves problemas com o seu calendário republicano, que acabou por ter força de lei. Tal como os egípcios dividia o ano em doze meses de trinta dias. Sobravam-lhe cinco que reservou para as festas cívicas e a que chamou os «sans culotides», em bom português, os «sem cuecas». Cuidado pois! É que com a chegada do Verão, aproximam-se as guilhotinadas férias judiciais e o mês do Thermidor! Aí a questão coloca-se: não se poderá calendarizá-lo?»

1 comentário:

assertivo disse...

E NÃO SE PODERÁ DESMATERIALIZÁ-LO?

No "Suo tempore" diz o dinâmico blawger Miguel Primaz (advogado):

«Segunda-feira, Maio 30, 2005

Ministro a "Desmaterializar"

Saíu com o Primeiro de Janeiro mais um caderno da Justiça e Cidadania, onde se destaca a entrevista do Ministro Alberto Costa. Uma entrevista que confirma que a crescente desilusão que o seu Ministério tem vindo a gerar nos profissionais forenses tem razões para existir, pois as poucas ideias e a forma desgarrada como tem cumprido o seu papel levam a tal. Onde está a resposta ao Código das Custas, ao caos executivo, ao Apoio Judiciário, etc? Tudo questões onde consensualmente se aponta dificuldades, entraves. A pendência não deve ser o único problema a combater, pois as maleitas são de várias ordens, não refutemos tal conclusão sob pena duma Justiça economicista, sem verdadeiros ideais de Cidadania, dantes assumindo laivos de intrumento de politíca económica-financeira. Adaptando o parafrasear há mais Justiça para além das pendências.
No fundo confirma-se uma profunda desilusão, mas já que tanto a defende pergunto se não existirá forma de ser também "desmaterializado"?»