só sei que olho o céu e os pássaros voam
sobre o mar
e o mar é verde e sereno
como se o mundo tivesse
muitas janelas
pelas quais se espreitasse
o céu azul
só sei que amo com a intensidade
deste azul impetuoso das manhãs
e que espero como o mar
porque me é dado crer
que há tempo
silvia chueire
18 junho 2005
só sei
Marcadores: Poesia, Sílvia Chueire
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
Há tempo quando o mar é tranquilo. Assim são as almas genersas: sabem viver sem pressa, porque não se importam que o tempo possa fugir. sabem dar tempo ao tempo!...
Sou da beira mar. Até aos 13 anos. entre a casa em que vivia e o mar havia tão só uma rua e a praia. Mais: essa rua só tinha casas do nosso lado. A praia nascia ali mesmo.E por trás da casa uma mata hoje desaparecida graças à avidez da Sociedade Figueira Praia, propriedade dum desses grupos económicos que, quando virem que aquilo já não dá, largarão a cidade deixando-a mais pobre, mais triste e mais estragada.
Sem querer, foi isso o que de repente este poema me lembrou. De todo o modo agradeço-o. Como os anteriores. Os poetas tem essa vantagem de verem e pre-anunciarem o mundo.
Obrigada, Khallid.
Compadre,
Há tempos em que o mar é uma tempestade só. Passamos por ela, não temos outro modo de o fazer, atravessá-la.Se tivermos sorte escreveremos também um poema.
MCR,
O mesmo aconteceu com tantas e tantas cidadezinhas à beira-mar, aqui. É triste e lamentável. Faz com que olhemos o mesmo mar com os olhos pendurados de saudade, eu sei.
Abraços,
Silvia
Ah, sim. Agradeço a quem "azulou" o meu poema. : )
Silvia
belo, amiga!
Obrigada, Amélia.Pelo carinho e atenção.
Beijos,
Silvia
«Há tempos em que o mar é uma tempestade só. Passamos por ela, não temos outro modo de o fazer, atravessá-la.Se tivermos sorte escreveremos também um poema».E o poema restabelece o nosso equilibrio, revela-nos a estrela do norte e deixa-nos flutuar no colo da lua. Nesa altura o sentido do trágico encontra uma compreensão, a poesia explica-nos o insondável do absurdo e a tempestade passou: libertamo-nos do chumbo que nos prendia à desorientação.
Enviar um comentário