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Garantiram-me que é assim e, "prontos", não me pediram segredo e eu, que não sou de rodriguinhos, vou partilhar convosco, coisa que é só para brincar, porque sei que quase todos sabem mais do que eu do assunto. Expliquemo-nos: o Governo do PS parece que quer mesmo cortar a cabeça ao PGR Souto Moura, cujo mandato, em condições normais, termina em Setembro de 2006. E mais: até já indicou o nome do substituto a Jorge Sampaio, que o vetou, não sei se porque não quer envolver-se na "conspiração", se porque não gostou do nome indicado, talvez demasiado óbvio: o do advogado Rui Pereira, ex-director do SIS, ex-secretário de Estado da Administração Interna (2000 a 2002) e membro do Conselho Superior do Ministério Público.
Pelos vistos o Governo não quer desistir, e prepara-se para atacar com o nome do jubilado Procurador-G-A Rodrigues Maximiano, que foi indicado para o IGAI precisamente pelo actual judicial ministro Alberto Costa, ao tempo Ministro da Administração Interna, quando teve de aguentar "frete", ao ter que lidar de lidar com uma polícia que não era sua e que, agora, coitado, não está para aturar um PGR que não é o seu.
Partindo do pressuposto de que Cavaco Silva vai ganhar as presidenciais, o PS não quer deixar a substituição de Souto Moura nas mão do ex-primeiro ministro, mais não seja porque não é suposto que Cavaco engrace com o passado político de Rui Pereira e muito menos com as flamejantes gravatas de Maximiano que, agora, e desde há dias, também percorre os corredores do Conselho Superior do Ministério Público.
Já agora, vai o resto. A história do judicial ministro afoito e diligente que esteve na terra das patacas e que se envolveu na história da Emáudio-TDM, como cidadão, claro e - longe disso, era o que faltava! -, não quis pressionar quem quer que fosse, muito menos o juiz do processo, esteve para ser contada num jornal nacional mas, alegadamente, o director não achou a história premente. Daí as insinuações de falta de liberdade dos jornalistas, percebo agora. Estão a ver? Mas tenho a certeza de que qualquer outro jornal lhe pegava. Ó, se pegava...
"Prontos", está dito. Tantas palavras se gastaram para não dizer o que se pode dizer em meia dúzia de linhas.
(Uma vez que não consegui ser eleito presidente da Câmara do Marco em 2001, acho que me bastava ser o segundo homem mais poderoso do país e talvez aceitasse ser PGR. Afinal, nem sequer é preciso ser magistrado... Que acham?)
24 junho 2005
Segredos pouco secretos
Postado por o sibilo da serpente
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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3 comentários:
Então se a linguagem deve tornar-se plana e ligeira, acrescento:
Qual a razão substantiva para o actual PS não gostar de SOuto Moura e o querer pòr a mexer quanto antes?!
Haverá uma explicação directa e imediata e que não passe pelas "prè-compreensões"? Ou seja, sem o recurso à langue de bois dos argumentos sobre a legitimidade e patati patata?!
Qual a razão para que o PS não tenha olhado com olhos de ver, no seu devido tempo, a proposta fundamentada e extensa, organizada pelos juizes da secção criminal do STJ- entre os quais alguns que aqui escrevem, acerca dos problemas mais candentes do processo penal?
Alguém leu a proposta que o PS preparava a esse respeito- e que era de fugir a sete pés?!
Qual a razão da afronta directa e logo na tomada de posse do governo, a todo um grupo de profissionais do foro, que conta alguns dezenas de milhar de pessoas?!
E passando às trapalhadas de Macau, qual a razão por que uma boa parte de quem manda, dispõe e comanda o PS actual, passou antes pelas terras de Macau onde se desenrolaram escândalos evidentes, alguns julgados nos tribunais e outros simplesmente olvidados?
Vamos ter outra vesz que falar no Melancia e nas massas e nas malas e no livro de RUi Mateus?!
Qousque tandem?!
Não percebo tanto apoio a Souto de Moura. O actual PGR transmite a ideia que de que não está a fazer nada, porque afinal nada é com ele. Repare-se que nunca pôs ordem no MP e tem permitido que processos importantes da responsabilidade daquela magistratura sejam motivo de discórdia interna e revelam ineficácia de acção.
Se continuar assim, brevemente haverá propostas para extinguir o cargo, por inutilidade social da função.
Um postal muito interessante. Concordo com boa parte do que nele se diz. E, para além disso, pode ser entendido como o lançamento da minha pretendida candidatura ao cargo de PGR :-).
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