VERÃO
O que há de novo na tarde
Verdadeiramente tarde
Verdadeiramente terna
É este gosto novo de cantar
É esta fome absurda de verão
Amélia Pais
instância de retemperação
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VERÃO
Marcadores: Amélia Pais
5 comentários:
e se a tarde é demasiado tarde num vermelhão de um cais de saudade?!...
e se a tarde é demasia tarde para a primavera de gaivotas que desesperadamente riscam os limites de um horizonte?!...
amigo compadre:
aí...teria que se escrever outro poema...Beijos
Hoje senti uma espécie de tarde primaveril
houve uma glória de me encontrar
no que julgo ser
no que julgo amar.
Senti-me mais feliz
e isso valeu uma eternidade
percebi que "há tardes verdadeiramente ternas".
Será" fome absurda do verão"?!...
Não sei, querida amélia,
se é verão
ou tarde de verdadeira presunção!
ora vê, compadre?Às vezes basta um bom -ou mesmo razoável -mote...Beijo e um dia bom para si.
Hoje, de manhã, fui ao Mercado do Bolhão. Sinto-me no campo, quando lá vou. Falei com a vendedora de peixe, minha amiga. Tornamo-nos amigos há para aí 15 anos. Vendeu-me uma pescada com uma chumbeira dentro. A minha mulher deu-me cabo da cabeça, acusando-me de não saber comprar. Os meus argumentos não a convenceram, mas convenceram a minha amiga Peixeira. No outro dia -isto há muitos anos - disse-lhe: olhe, minha senhora, a colocar pedaços de chumbo na pescada não vai a lado nenhum. Se quiser ter sucesso na vida, roube uma lota ou um barco de pesca. Só assim passará a ter consideração do povo e chegará a presidente de uma autarquia ou até ministra. A senhora olhou para mim e ficou convencida que, de facto, não valia a pena ser tão miudinha na acumulação de "mais valias". E, como de costume, hoje voltei-lhe a comprar uma pescadinha. VIVA O BOLHÃO!
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