Estou longe, politicamente, de Manuel Alegre. Mas respeito Manuel Alegre como combatente político e como poeta. Alegre disponibilizou-se para o combate nas eleições presidenciais, mesmo sabendo que o caminho era difícil e mesmo sabendo que era a arma de recurso do PS para enfrentar Cavaco Silva. Deu a cara à luta, mesmo sabendo que era uma causa perdida.
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O PS alimentou a ideia. Sem os salvadores Guterres e Vitorino, que remédio...
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Por isso, não gostei. Não gostei de saber que enquanto Alegre ia sendo consumido em lume brando, Soares e Sócrates e Coelho e não sei mais quem iam congeminando o avanço do ex-PR. E não gostei de saber que Alegre só soube do assunto por um líder de outro partido.
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Não se faz isto a um homem generoso. Não se faz isto a um poeta. Não se faz isto a um combatente de lutas difíceis. E muito menos se faz isso a um amigo.
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Em 1985, num debate extraordinário no Teatro das Letras, em Coimbra, eu disse a Mário Soares que não tinha gostado nada da forma como Salgado Zenha o tinha tratado num recente debate televisivo. Esse foi um dos motivos que me levaram a votar Soares, contra a corrente e com muitos riscos.
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Hoje, Alegre é um dos motivos - não o único - pelos quais não poderia votar em Mário Soares.
03 agosto 2005
Alegre não merecia
Postado por o sibilo da serpente
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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1 comentário:
Amigo Carteiro: como diz o Manuel da GLQL (ver post seguinte):
"gente que não tem emenda".
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