Dezassete noites seguidas de vandalismo nos subúrbios de Paris dão que pensar e, mais ainda, quando se sabe que os incidentes, ainda que em menor medida, estão a projectar-se na Bélgica, Alemanha, Grécia... Mas, por mais que pense, continuo a não conseguir opinar sobre o assunto, mais que não seja porque, pelas primeiras impressões, tenho medo de ceder ao politicamente incorrecto de forma pouco sustentada.
Mal os incidentes começaram, formou-se uma corrente que dá como adquirido que os problemas que afectam os subúrbios de Paris são comuns aos de muitas outras cidades por toda a Europa. Pois, admito que sim e os sinais disso nos dão evidência. A partir daqui, a imprensa portuguesa desatou a lançar a questão: e se acontecer em Portugal? Estaremos preparados? Multiplicam-se as opiniões. Multiplicam-se as reportagens em bairros problemáticos e com historial de violência. Assenta-se arraial na Cova da Moura e em outros sítios parecidos e quase se fica à espera que os problemas comecem para que haja efectivamente notícia.
Eu percebo a Comunicação Social. Mas também percebo que esta atitude é potencialmente um desafio aos jovens revoltados dos bairros problemáticos para que se rebelem. É que as câmaras dão sempre uma força acrescida para mostrar coragem e para mostrar que não são menos corajosos do que os adolescentes dos bairros de Paris.
13 novembro 2005
Provocações
Postado por o sibilo da serpente
Marcadores: carteiro (Coutinho Ribeiro)
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