22 dezembro 2005

Um excelente 2006!...

URGENTEMENTE

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
é urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugenio de Andrade



Que os dias de 2006 sejam preenchidos com o que mais desejam.

Feliz Natal

5 comentários:

Primo de Amarante disse...

Lindo poema. Um bom Natal e um Ano Novo muito feliz

C.M. disse...

Caros Amigos, que belo poema que “ O meu olhar” aqui colocou.

É um dos meus preferidos, ou ele não reflectisse tudo aquilo que é essencial a todos nós: o amor, a alegria, os beijos, as searas, as rosas e as manhãs claras…

Isto aqui em Lisboa está um caos. Os felizardos que vão partir para as "aldeias" (e não só) andam na azáfama das compras...

Com a preocupação de deixar a papelada mais ou menos em condições, ainda não tinha tido oportunidade de vos desejar um bom Natal.

Assim, hoje à noite quero deixar-vos o meu desejo de um lindo Natal, no aconchego dos vossos lares, com as vossas famílias, os vossos filhos, porventura os vossos netos.

Eu vou ficar nestes dias aqui em Lisboa, com a minha fada do lar.

Iremos jantar com uns amigos (franciscanos e laicos…) e lá contabilizaremos mais um mágico Natal.


Fico sempre muito nervoso nesta época – adoro-a mas já contabilizo umas quantas ausências… é inevitável…

Mas pensemos nos Reis Magos que daqui a dias virão visitar-nos uma vez mais, para nos darem um pouco de luz das estrelas que os acompanham, deixando em nós a esperança da eternidade, o desejo de participarmos de algum modo da longevidade do Universo.

O mistério de três Reis que percorrem um mar de areia para irem ao encontro do Salvador do Mundo faz-nos pensar que bom seria podermos, nos dias que passam, ir também ao Seu encontro, para sermos salvos deste caminhar solitário, para nos livrar da angústia de nos sabermos limitados, finitos, de sabermos que um dia deixaremos de poder contemplar o mar, de caminharmos descalços na areia húmida e, o que é mais doloroso, de não mais usufruirmos da companhia da pessoa que amamos até à loucura.

Mas, quem sabe, talvez que tudo se possa resolver a nosso contento. Talvez que o pequenino Menino Jesus esqueça as nossas falhas, as nossas infidelidades e nos permita viver no segredo do Tempo com aqueles que mais amamos.

Mas enquanto não penetramos no Mistério, que o Menino Jesus nos dê um suave e longo caminho para percorrer, na companhia daqueles que adoramos.

Nestes, conto os nossos amigos “incursionistas”.

Creiam-me que fico muito comovido com os vossos relatos, como por exemplo, aquele do “Carteiro” que fala dos seus miúdos: ora vejam lá esta beleza: “Com 14 anos, ela, cheia de garra, bonita, namoradeira como o pai foi namoradeiro, e ele, com nove charmosos anos, um pinga-amor e, por isso, sofredor como o pai foi sofredor.”

Lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Que o presépio que façam no vosso lar seja o reflexo do amor pela vossa família e amigos, à semelhança de Maria, José e Jesus.


Um santo Natal e, desculpem-me por personalizar, uma saudação especial ao MCR, ao Compadre Esteves e à Sílvia Chueire!


Delfim Lourenço Mendes

Silvia Chueire disse...

Este é um belo poema, e tão musical.
Agradeço seu modo delicado de desejar Boas Festas, e espero que as Festas lhe sejam agradáveis e o próximo ano corra muitíssimo bem.

Aos amigos do Incursões vou desejando Felizes Festas a cada post afetivo destes.
Ao Delfim, um carinhoso abraço natalino e votos de um belo 2006. : )
Silvia

M.C.R. disse...

A poesia, dizia o carteiro do Neruda, é para ser apropriada por todos. Ainda bem! bela apropriação.

O meu olhar disse...

Muito obrigada a todos. Desejo-lhes um ano de 2006 feliz!