Gostei da entrada e do tom usado por Augusto Santos Silva na campanha eleitoral. Santos Silva esteve ontem em Vila Real no comício de Mário Soares e “atirou-se” a Cavaco, lembrando ao “grande defensor da estabilidade” que não pode vir dizer que vai “correr o risco de cooperar com o Governo” ou que “vai ajudar o Governo a terminar o mandato”. Mandato esse que ainda vai no adro.
Já faltava uma voz forte para tornar claro os subentendidos presentes no discurso de Cavaco. Mas aonde é que já chegámos? É preciso mais para perceber que Cavaco, se ganhar as eleições, será o grande obstáculo institucional do Governo? Alguém quer transformar as presidenciais numa segunda volta das legislativas?
Eu não tenho ilusões – nunca as tive, aliás. Cavaco vai querer ocupar o palco por inteiro e comandar o país a partir de Belém. Ainda é possível travá-lo?
16 janeiro 2006
Verdade e consequência
Postado por jcp (José Carlos Pereira)
Marcadores: JCP (José Carlos Pereira)
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2 comentários:
Tu sabes, JCP, que eu até tenho estima pessoal pelo ministro Santos Silva. Mas não posso estar mais em desacordo com o que ele disse em Vila Real. Com que então, com Cavaco a PR vamos ter um "golpe-de-estado"?! Ui! Já nos estou a ver, daqui a uns meses, na rua, de punho erguido a gritar "fassismo" nunca mais...
Cavaco não vai poder ocupar o palco porque o palco está ocupado por um alter ego dele: Sócrates.
Em 2º lugar ser PR não dá assim tanto poder.
Em 3º lugar aquela do seja benvindo Senhor Professor fez-me lembrar outros tempos...
4º Cavaco vive também da política. Quanto mais não fosse porque recebe uma reforma de 1º ministro.
De resto convém lembrar que Cavaco esteve na política desde 1979 até sair ... A memória também serve para estas pequenas coisas. E voltou á política mas foi derrotado por Sampaio. Ou seja ocupou com lucro o espaço político durante pelo menos vinte anos!
O pior político é aquele que diz que não é político.
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