12 fevereiro 2006

Sacrosanctum Mysterium



É dramático como as pessoas de hoje perderam completamente a noção do Bem do Mal e do pecado.

A par dessa perda, constata-se existir um grande desconhecimento dos Institutos que, a nível do Direito, regem a nossa civilização [Institutos esses que advêm já do tempo da civilização romana, para não irmos mais atrás], desconhecimento esse que, por vezes, as leva a tecer considerações sem base legal e sociológica.

Alguém, nas trevas, está a tecer as linhas de destruição dos nossos valores civilizacionais…Daí os Islamitas dizerem que o Ocidente está decadente. Tenho de lhes dar razão!

Vejam-se as notícias que têm vindo a lume acerca da pretensão das duas jovens Teresa e Helena se “casarem” em Portugal.

Vamos ao ponto de se querer alterar a noção de casamento plasmada no Código Civil!

Para o Crente, o Casamento é um Sacramento. Uma comunidade de vida e de amor, na definição do Concílio Ecuménico Vaticano II.

Todavia, atente-se no facto do carácter sagrado do Matrimónio ser transversal a todas as culturas. Porém, nos últimos tempos tem-se difundido uma visão do Matrimónio sem referência a Deus, como se fosse uma questão de leis civis ou um mero assunto privado…

O agnosticismo, o ateísmo cego, o marxismo ateu, o laicismo militante odeiam em especial a Religião Católica e, na verdade, rejeitam toda a ideia do Belo, do Puro, da Suprema Poesia, sendo fonte de adulteração dos valores mais sagrados para a larga maioria da sociedade que, paradoxalmente, parece refém de minorias ditatoriais, desconhecedoras da Ética, da Justiça e que, do verdadeiro Amor, nada sabem.

Veja-se a Espanha, País de larga maioria católica, sujeita a esta vil tristeza.

Amanhã, Portugal, Nação Fidelíssima, “Quo vadis?”

Hoje, em Portugal, é de bom tom, é “moderno” destruir o legado do passado só por ser passado, do passado que justifica a nossa História, a nossa Civilização, a nossa Cultura, que dá razão à nossa capacidade de indignação e resistência.

Com o ruir dos “muros” de Berlim, João Paulo II demonstrou-nos a íntima ligação que existe entre a Fé Cristã e a total rejeição do totalitarismo agnóstico, defendido nos nossos dias por um Estado verdadeiramente aniquilador da liberdade religiosa, da sua demonstração, através da feitura de leis iníquas, do público desprezo por aquilo que de mais belo possui o coração do Homem: o amor, a sede, o desejo de Deus.

O poder político deveria preocupar-se antes com as pessoas com fome, com o desemprego crescente, com os idosos sem dinheiro para medicamentos, com os jovens sem futuro, com as crianças desvalidas, com os imigrantes explorados vivendo no nosso País em guetos explosivos.

Jesus Cristo nasceu de uma família exemplar. Os seus pais foram Maria e José. Ele obedeceu-lhes em tudo (cf. Lucas 2, 51) e aprendeu com eles a crescer como verdadeiro homem.


Que nós possamos, todos, crentes e não crentes, crescer e viver como Eles, plenos de dignidade.

dlmendes

(“o amor dos esposos é uma participação singular no mistério da vida e no amor do próprio Deus” – João Paulo II, Familiaris Consortio”

1 comentário:

Primo de Amarante disse...

Um valor fundamental é ter rosto, uma identidade e afirmar-se com a própria identidade. Se falta a afirmação da identidade, só pode haver conversa de treta.