Vem relatada, no suplemento de Economia do “DN” e no “Jornal de Negócios,” a prescrição de uma (colossal) dívida fiscal respeitante a rendimentos auferidos por António Carrapatoso em 2000, a qual teria de ser notificada ao mesmo até 31 de Dezembro de 2004. Mas a liquidação só foi feita em 2005, portanto, fora do prazo legal.
Face a esta liquidação fora de tempo, o Presidente da Vodafone limitou-se a apresentar uma reclamação “graciosa,” sustentando, a título principal, a caducidade do direito à liquidação por parte da Administração Fiscal.
E, à face da Lei, até tem razão!
Mas trago aqui à colação o facto deste senhor, membro da associação “Compromisso Portugal,” que se reivindica de constituir uma “iniciativa da sociedade civil virada para o debate de um novo modelo económico para o País”, e de ser constituída por uma geração auto-intitulada de “neo-liberal”, que culpa o Estado de todos os males que assolam o tecido social, ter afirmado, entre muitas coisas, que “Nós, empresários, gestores, temos mais condições à partida para pressionar a sociedade para a mudança. Não só o governo, mas toda a sociedade”.
Face a esta liquidação fora de tempo, o Presidente da Vodafone limitou-se a apresentar uma reclamação “graciosa,” sustentando, a título principal, a caducidade do direito à liquidação por parte da Administração Fiscal.
E, à face da Lei, até tem razão!
Mas trago aqui à colação o facto deste senhor, membro da associação “Compromisso Portugal,” que se reivindica de constituir uma “iniciativa da sociedade civil virada para o debate de um novo modelo económico para o País”, e de ser constituída por uma geração auto-intitulada de “neo-liberal”, que culpa o Estado de todos os males que assolam o tecido social, ter afirmado, entre muitas coisas, que “Nós, empresários, gestores, temos mais condições à partida para pressionar a sociedade para a mudança. Não só o governo, mas toda a sociedade”.
O caso tem contornos algo rocambolescos, que configuram um certo “zigue-zague” (também gosto de eufemismos...) aos deveres fiscais.
É esta falta de solidariedade que critico e que me choca.
Se os membros da nossa sociedade não contribuírem, com seriedade, para o bem-comum, é óbvio que o Estado não poderá redistribuir a riqueza pelos mais carenciados.
Se os membros da nossa sociedade não contribuírem, com seriedade, para o bem-comum, é óbvio que o Estado não poderá redistribuir a riqueza pelos mais carenciados.
E depois venham dizer que a Segurança Social está falida. Pudera! Com “ajudas” destas...
10 comentários:
DLM V. é um gauchiste tresvariado nessa bandeirinha azul e branca. Aliás que mal tem não pagar uma continha? Até parece que V. persegue o carrapato...
MCR, não posso com neo-liberais!
Penso que o Estado tem um papel muito importante a desempenhar.
Se calhar, ainda sou “monárquico de esquerda”, não querem lá ver?! ahahah!
Nem de propósito, agora que se começou a falar de responsabilidade civil do Estado com o dedo apontado às magistraturas.
Azar dos Távoras !
Então não é que o Fisco (que salvo erro ou missão não é tutelado pela magistratura) deixou caducar uma "dívidazita" de 740 mil euros, qualquer coisa como 148 mil contos, quantia substancialmente superior ao ordenado ANUAL de qualquer magistrado ?!
Vejam a notícia do Diário de Notícias.
Alguém vai assumir a responsabilidade ?
Ou ela vai-se diluir na "largueza das avenidas" da responsabilidade política, para usar a pitoresca (mas não inocente) terminologia ministerial ?
In Informática do Direito
Caro DLM eu também sou contra as chamadas políticas neo-liberais.
E costumo mudar de canal ou de emissora, sempre que ouço discursos contra os serviços públicos em contraponto com a eficiência e independência dos privados. Isto só engole quem não conhece minimamente a realidade. Portanto, essa notícia do dinamizador do Compromisso Portugal encaixa perfeitamente na imagem que tenho de alguns gestores que têm a eficácia na boca, a certeza como companheira e pseudo competência para juntar ao ramalhete. No fundo, estamos a falar de oportunismos e de oportunistas.
Felizmente isto é uma espécie que não é tão abundante quanto isso, mas é muito cara.
O meu querido amigo Joaquim Namorado dizia que o país devia ser dividido em 3 regiões Beócia, Capadócia e Arganásia. ou seja entre cretinos cagões e gatunos. Volta Joaquim, estás perdoado.
Tem toda a razão, todaa razão, Cara meu olhar. Como se costuma dizer, bem prega frei Tomás...( o Carrapatoso, aliás, o respectivo gabinete de comunicação/relações públicas da Vodafone, até já emitiram um comunicado a dizer que o homem, afinal, até já tinha pago...como a Administração Fiscal está obrigada a sigilo, querem ver que o mau da fita ainda por cima é o Estado português?
MCR: voltem, voltem muitos que estão todos perdoados...
Os meus amigos, que sabem destas coisas, podem dizer-me o que essencialmente distingue um neo-liberal de um neo-conservador? Não precisam de fazer uma tese sobre o assunto e podem falar em português (dispensam-se citações de autores). É que eu tenho cá uma ideias, mas gostava de os ouvir...
Acabei de ver o seu repto, CR.
Olhe, direi, rapidamente, o que me parece:
Conservadores "clássicos" temos o Churchill, De Gaulle, e poria aqui o nosso Marcello Caetano.
Creio que todos eles estavam marcados pela Utopia…
O neoconservadorismo é um movimento político e ideológico que vem da década de 1980, que defende os valores de uma certa direita norte-americana, com um moderado discurso liberal, aceitando intervenções estatais em diversos sectores da sociedade, como na educação e saúde.
Mas tudo isto é complicado, pois parece que Cheney e Wolfowitz são neoliberais…ou pelo menos este último…e eu creio bem que eles são uns “ultras”…ou por isso mesmo…
Pretendem estes a salvaguarda dos "valores americanos"…
O neoliberalismo tem por base uma política económica que rejeita POR COMPLETO a intervenção estatal no domínio da economia.
É o deus-mercado que impera. E tal filosofia reflecte-se na política diplomática, através da pressão económica sobre outros países, incluindo a guerra: veja-se o caso do Iraque e o problema do petróleo que, creio, lhe está subjacente.
Por mim, vou “beber” a minha crença na actuação do Estado, no conjunto da sociedade, num conservador “puro”, clássico, em Marcello Caetano, transpostas as respectivas noções para uma sociedade mais aberta mas não permissiva…
Mas creio bem que o nosso Marcelo – do Porto – é que dará um cabal esclarecimento a estas noções.
Aguardemos, pois.
(vou para a caminha...)
Pois. Nada está definido, pois não? Esperemos, Delfim, por mais contributos.
Vamos a coisas práticas:
Miguel Sousa Tavares?
Pedro Mexia?
Helena Matos?
José Pacheco Pereira?
João Carlos Espada?
João Pereira Coutinho (o primo)?
Pedro Lomba?
Vasco Pulido Valente?
Paulo Portas?
Marcelo Rebelo de Sousa?
Pedro Santana Lopes?
Cavaco Silva?
José Sócrates?
Alberto Gonçalves?
Constança Cunha e Sá?
Manuel Monteiro?
Eduardo Prado Coelho?
Gostava de perceber quem eles são. Conheço quase todos. Mas tenho dúvidas.
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