20 março 2006

Paris em Lisboa...Já!

Os Funcionários Portugueses são os que mais perdem no espaço europeu!

O “DN” de hoje dá conta do nível de sacrifício que tem sido imposto à Administração Pública portuguesa.

E relata como na Inglaterra, Irlanda e, em especial, na Alemanha, a história é diferente.

Neste último País, o Governo fixou para 2006 e 2007 um aumento único de 300 euros anuais ( sessenta contos!!!) para 1,4 milhões de funcionários.

E não nos venham falar aqui de produtividades, de níveis económicos diferentes, e de outras falácias...Para quem exerce funções extremamente complexas, que exigem licenciaturas, pós-graduações, mestrados... que sei mais!...e ser pago à roda de mil euros, quando esse valor é também auferido por funcionários indiferenciados, é algo de aviltante, que deveria incentivar à REVOLTA! Como em Paris!

PARIS EM LISBOA...JÁ!

5 comentários:

josé disse...

Vamos lá a ver...nem toda a gente ganha mal,na FP, principalmente a adjacente dos institutos e organismos autónomos.
Por exemplo, segundo a Presidência do Conselho de Ministros, a ERC, entidade de regulação do Estado, os dirigentes são pagos de acordo com tabelas bem generosas:

- António Filipe, presidente da ERC recebe 6.415,95 euros (1663,39€ desp.representação).
- O vice-presidente recebe 5.845,63 euros (1348,99 desp.representação).
- Os 3 vogais recebe cada um 5.465,43 euros.

Recebem assim como gestores do nível mais elevado, do grupo A. Tal como os administradores de hospital.
Quem fixou as tabelas, foram ministros deste governo que anda a construir uma imagem de eficácia e competência...
Quem se lixa, sempre e como é costume, é o andarilho.

Por outro lado, na Inglaterra, os FP acabam de ser aumentados em quase 4% enquanto a inflação prevista andará perto dos dois por cento.
A Irlanda e a Inglaterra são, aliás, os dois países europeus onde a FP é mais bem tratada.

A razão para o nosso endémico mal estar?!

Eu sou capaz de apontar algumas, mas prefiro calar, porque é inútil- e suscita logo discussões vivas.

C.M. disse...

Pois...meu caro José, eu não estava a falar dos Institutos Públicos, que aliás já "fogem" ao conceito de Administração Pública e onde impera o contrato individual de trabalho...estou a falar da Administração Pública "tout court", a velha, pura e dura; aquela que informa os senhores governantes, como eles hão-de actuar no emaranhado de leis do nosso País...como eles hão-de decidir...

Não estava a falar dos “eldorados” dos Institutos Públicos, esses sorvedouros do nosso dinheiro, do dinheiro que é de todos nós!

Como disse no postal intitulado “Ulcus Tangere”, qualquer Direcção-Geral desempenha o papel de um Instituto Público a preços “simbólicos” mas, helas! Aí não se podem dar as “benesses” aos amigos...

É necessário não confundir as coisas...

M.C.R. disse...

De facto os institutos públicos não são mais do que direcções gerais... É o segredo da avozinha do Polichinelo. Nem sequer são - as mais das vezes - mais dinãmicos do que a velha FP. Claro que como as regras podem ser diferentes no que toca à nomeação de chefias ou à sua importação (...) servem à maravilha para meter afilhados.
Quem quiser comparar, que compare a actual estrutura da segurança social distrital com a anterior para ver que o instituto só veio criar prebendas para dirigentes e que tudo é exactamente igual (ou pior...) a antes.
No que toca aos privados permitam-me dois pequeníssimos exemplos por mim vividos.
1. Tinha num banco um pequeno fundo que se vencia em Dezembro.Precisando de dinheiro em Agosto achei interessante a proposta da minha gestora de conta. aceitava uma livrança e no momento do seu pagamento, Dezembro, esta poderia ser paga com o tal fundo entretanto libertado.
Passou Dezembro, Janeiro, Fevereiro e nada. Eu ia ao banco e perguntava a razão do tal fundo ainda estar a aparecer na minha conta mensal. Que estivesse descansado, diziam-me devia ser inércia da máquina administativa do banco mas não havia problema. De facto não houve: em Julho descobri que além do fundo se ter evaporado para as mãos do banco via livrança eu ainda tinha de pagar cerca de 40 contos. Juros! A funcionária (entretanto desaparecida... temporariamente) parece que não dava com o fundo que mensalmente aparecia escarrapachado na minha conta corrente!!!
2. Comprei um casaco numa loja vulgar de lineu. Pedi para me subirem as mangas pagando para o efeito o que me pediram. Disseram-me que o entregariam em cinco dias. Prudentemente só o fui buscar oito dias depois. Tive de esperar mais três dias! Quando resolvi protestar dizendo que preferia que me devolvessem o dinheiro, a empregada em lágrimas avisou-me que seria ela a pagar o casaco se eu tomasse tal atitude. Condoído esperei os tais dias a mais.
Em ambos os casos aí têm o privado a funcionar em toda a sua glória. Se isto sucedesse na FP o que os jornais não diriam...
Para aquilatar da boa gestão privada basta ver como funciona a netcabo (TV cabo) ou os telefones (Telecom...)

O exemplo dado por José põe ainda outra questão: quais são as habilitações do senhor A Filipe garboso recipendiário de mais de 1200 contos dos antigos? E estoutra: o referido génio entitário recebe de despesas de representação tanto quanto um assessor principal do terceiro escalão deduzidos os obrigatórios impostos! Um assssor do 4º e último escalão recebe líquidos menos de 2000 euros! Estão a ver?

C.M. disse...

Ó caríssimo MCR, nós estamos a ver ...e de que maneira!

josé disse...

Os institutos públicos, são, por isso, um grande logro!

Tal como alguns disseram. E, já agora, de quem foi a ideia original?!
Sim, de quem foi mesmo?!

Desculpem lá, mas não foi do Guterres...