Manuel Villaverde Cabral “vem ao nosso encontro”:
Refere ele, no DN de Sábado, a propósito do novo contrato de trabalho para jovens (CPE) que o Governo de França pretende implementar já a partir do mês de Abril, e da revolta daqueles em Paris, que “Noutros Países, Portugal é um deles, os jovens sofrem o desemprego e a precariedade e não acontece nada. Estou surpreendido que isto aconteça (…); Não basta chegar, como aqui [em Portugal] e dizer que temos de apertar o cinto, falar no défice, e as pessoas ficam paralisadas. Lá não se fica paralisado. “
Na verdade, em Portugal há muito que se baixaram os braços. Interrogo-me onde estarão aqueles que “fizeram” o 25 de Abril e o que pensam de tudo isto.
Afinal, parece que apenas lutaram para que Portugal se consubstanciasse tão só neste rectângulozinho minúsculo e risível dentro (?) da Europa…e agora repousam de tantas canseiras...
Refere ele, no DN de Sábado, a propósito do novo contrato de trabalho para jovens (CPE) que o Governo de França pretende implementar já a partir do mês de Abril, e da revolta daqueles em Paris, que “Noutros Países, Portugal é um deles, os jovens sofrem o desemprego e a precariedade e não acontece nada. Estou surpreendido que isto aconteça (…); Não basta chegar, como aqui [em Portugal] e dizer que temos de apertar o cinto, falar no défice, e as pessoas ficam paralisadas. Lá não se fica paralisado. “
Na verdade, em Portugal há muito que se baixaram os braços. Interrogo-me onde estarão aqueles que “fizeram” o 25 de Abril e o que pensam de tudo isto.
Afinal, parece que apenas lutaram para que Portugal se consubstanciasse tão só neste rectângulozinho minúsculo e risível dentro (?) da Europa…e agora repousam de tantas canseiras...
2 comentários:
Assumindo a responsabilidade de falar apenas por mim, tenho como muito provavel que o 25 de Abril teve causas quase só políticas. De facto a situação económica sentida pelos cidadãos não era má. Havia uma forte oferta de emprego graças à tropa que retirava braços do mercado de trabalho e à emigração que era enorme. A própria guerra gerava dinheiro: os soldados mandavam parte do soldo para casa e nas colónias o esforço de guerra alimentava uma economia frágil. Claro que a balança de pagamentos Colónias Portugal era mais que enviezada e por exemplo as transferências de dinheiro para os estudantes coloniais a estudar em
Portugal tinham atrasos de 6,7 ou 8 meses. Mas fora isto que não era despiciendo não se notava falta de dinheiro tanto mais que a partir de 70/71 de notavam fortes surtos grevistas ou para-grevistas. Os contratos colectivos de trabalho iam espelhando ssa mesma realidade.
E agora?
Bom agora estamos na terceira crise de apertar o cinto. E quem aperta ou quem sente o aperto. As vítimas de antemão designadas: os funcionários públicos e os trabalhadores precários que não são assim tão poucos.
Justamente dois estratos de população mal e pouco sindicalizados. Pior: as medidas governamentais tem sido aplicadas cirurgicamente. Lembram-se daqueles anos em que snão havia aumentos para quem ganhava mais de mil euros? Ou seja os quadros? houve alguma reacção? Às tantas resolveram arranjar um gancho "lá fora" e baldaram-se mais ao emprego. Ou nem isso. Não se deve esquecer que desde 97 há uma política de emprego que já não passa pelo ingresso na função pública. Os CTI (contrato individual de trabalho) têm medo de perder o emprego, de serem despedidos. Greves não é com eles. Nem lutas por avanço na carreira. conheço CTI com seis e sete anos de trabaljho que estão ainda no patamar de entrada. Estão a ver como é que se parte a (pouca) espinha à função pública? Depois ninguém se entende quanto á defesa das carreiras. há estatutos diferentes. A luta dos magistrados do MP passa por coisas que nem sequer lembram aos funcionários comuns com identica preparação académica (os quadros). contra uma tropa que avança desordenada é fácil ao governo, esrte ou outro ganhar batalhas. só que tudo isto tem um custo: piuor serviço público. Mas isso é outra conversa. Para continuar...
Gostei...boa análise...lúcida!
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