25 abril 2006

Cartas a Ribeiro Sanches 1

Apresentação seguida de No está el horno para bollos

...É da obrigação do juízo humano prever tudo e conhecer as causas das desordens presentes, para evitá-las ou suprimi-las pelo discurso do tempo.”

O autor destas palavras teve por nome António Nunes Ribeiro Sanches, Penamacor 1699, Paris 1783) foi médico de fama internacional mormente na corte russa, enciclopedista de talento, e conselheiro longínquo do Marques de Pombal. Dever-se-á a ele a fundação do Colégio dos Nobres bem como a reforma dos estudos médicos em Portugal. Cristão novo e laico escreveu sobre diferentes temas e nomeadamente sobre economia, pedagogia e medicina. Trata-se de uma das mais lúcidas inteligências do seu tempo e por isso mesmo foi tido em alta estima pelo escol intelectual europeu desde a Rússia à Holanda, da Inglaterra à França. É dele a descrição de Portugal como um “reino cadaveroso sem emenda” e é entre nós (alguns, poucos, pouquíssimos) como autor das famosas “Cartas sobre a Educação da Mocidade” (procurem este título que foi da editorial Domingos Barreira, na internet ou nos alfarrabistas) escritas num português de excepção e contendo textos absolutamente actuais.
Como de vez em quando me apetece escrever textos longos em resposta a alguns textos aqui publicados, decidi iniciar mais esta série (isto começa a parecer um armazém de Secos & Molhados...!) porque me parece não convir a forma de comentário. Já há bastante tempo que esta ideia me roía mas o texto do meu caríssimo amigo Delfim Cabral Mendes acabou por me decidir. Aliás o primeiro título pensado foi “Ad usum Delphini” mas essa expressão denota hoje uma explicação truncada e eu não como dessa broa. Escrevo como penso, tento ser honrado e não sonego os aspectos mais discutíveis ou frágeis das minhas opiniões. Adorava fazer esta facécia ao Delfim que é um homem de bem, culto, admirável administrativista, combativo defensor do que melhor há na função pública, católico apostólico romano sem apelo nem agravo, monárquico e, em questões políticas, absolutamente conservador. Temperemos este acervo de qualidades ou defeitos com uma ideia muito minha: as convicções conservadoras nem sempre terão suficiente base científica. E parece-me que o texto “ao que isto chegou" padece de desinformação ou de falta de informação.
A minha caríssima amiga Kamikaze já lhe saltou ao caminho com muita subtileza ao propor a leitura de Notícias do antigamente onde consta um texto meu de que nem me lembrava: “Para onde íamos em Maio? Para Abril!” E ao lado, um outro “Provisórios e Definitivos” cuja leitura ouso recomendar ao Delfim que ainda não nos frequentava.
Dito isto e apresentada a razão de ser desta secção (mais uma, santo Deus!) vamos às nossas encomendas.

Parece que o Banco de Portugal, versão outra senhora, em 74 e antes do 25 A publicou um relatório de onde CM respiga números lisonjeiros que contradiriam o estado agónico do pais. Do pais que nem uma sobrancelha ergueu para o defender.
Portanto: em 25 de Abril ninguém mas ninguém se deu sequer ao trabalho de defender um regime e um governo “cadaverosos”.
O BP diz que havia 500.000 accionistas na bolsa. Deixa porém no tinteiro a real situação dos mesmos. Ou melhor, esquece-se o queriducho BP que o papel comprado por esses 500.000 não valia sequer a tinta em que estava impresso. De facto, a especulação bolsista de anos anteriores tivera dois resultados, ambos funestos. Não só esbarrondara as pequenas poupanças que compraram por 10 o que valia 2 ou 3 mas também depois caiu a pique com grave prejuízo dos pequenos investidores.
A multidão de que o banquinho do Portugal dos pequeninos fala tinha papel mas estava a ver navios... essa multidão por outro lado era fictícia. De facto toda a gente dava o nome (até eu que tive cuidado de nunca meter nessa bolsa crápula e escandalosamente sobrestimada, dei o nome para outros poderem candidatar-se à compra de mais acções que eram rateadas entre uma população de ignorantes que nem sequer aprendizes de feiticeiro eram).
Os 500.000 deveriam efectivamente ser dez vezes menos ou nem isso. Aliás julgo lembrar-me de algo publicado sobre isso.
O poder de compra era de facto superior ao de 1960 mas o banco, não diz porquê. Esquece que as transferências dos militares (mais de 100.000) nas três frentes de guerra eram grandes e vinham acrescentar-se aos salários das mulheres entretanto entradas em massa no mercado de trabalho justamente para substituir esses homens mais o milhão de emigrantes saídos de Portugal nesses 14 ou 15 anos.
É bom que nos lembremos que saíram de Portugal, geralmente homens entre os 18 e os 40 anos que uma vez nas franças e araganças enviavam fortes somas à família. Ou seja tratava-se de riqueza produzida fora e investida cá dentro.
Há depois os réditos do turismo de massas que explodiu a partir dos primeiros anos da década de 60. Foi um maná!!!
O forte investimento estrangeiro de que o BP fala poderá referir parte do que acima se disse e também a tentativa de investidores turísticos e outros começarem a controlar algumas parcelas da economia nacional. Cuidado porém! Quem investe também desinveste como aliás depois se viu....
Em Novembro de 75 diz delfim que a sociedade estava cansada. Pois estava. Além do mais a população de Portugal aumentara em cerca de um milhão de refugiados vindos das colónias, sem eira nem beira nem ramo de figueira. Um milhão Delfim! Exactamente tantos quantos tinham saído durante década e meia.
Essa entrada de cerca de 20% do total da população residente foi um temível desafio à economia nacional depauperada pela fuga de capitais e pelo recuo sensível das transferências dos emigrantes.
Devo dizer que o que me espanta não é tanto o relativo pequeno empobrecimento dos portugueses (e nisso os retornados deram a volta a este pais) mas o ele ter sido tão ligeiro. O nosso caro Delfim parece esquecer ou desconhecer que a grande crise do petróleo foi exactamente coincidente com o fim do Estado Novo e com os inícios do regime seguinte.
Ó Delfim, então V não vê que se o investimento estrangeiro directo cai, se há fuga de capitais, se a população aumenta extraordinariamente, se os militares das colónias deixam de enviar dinheiro, se as transferências dos emigrantes baixam se o petróleo aumenta, que tem por força de diminuir o PIB, o rendimento nacional e tudo o resto? Ai essa economia política....
Vamos passar agora a esse “grande político” que V pensa ter sido o Dr. Caetano, Marcelo para meu desgosto. Delfim: Caetano era tudo menos um grande político. Não era sequer um médio político. Foi indeciso, deixou-se cavalgar pelo almirante Américo Tomás, nunca se impôs ao círculo dos ultras e foi continuamente desprezado por Salazar enquanto este foi vivo. Salazar sabia da poda, Caetano de Direito Administrativo. E basta. Dirá V que Caetano tinha uma cruz familiar de peso insuportável. É verdade. Que tentava fazer o melhor que sabia. Não duvido. Mas sabia pouco e conseguia menos. Porque estava tudo armadilhado à sua volta. Porque pensava que a brigada do reumático era o exército. Porque não foi nunca, ele um professor tão interessante, capaz de explicar nas tristonhas “conversas em família” aos portugueses, nada de coisa nenhuma. Aquilo era um purgatório, meu Deus! O homem tinha menos carisma que um urso amestrado de circo de estrada. Um urso? Uma cabra de saltimbanco! O Dr. Franco Nogueira ao lado dele era um mestre em comunicação.
Caetano em termos políticos era a ilustração viva do célebre panfleto de Lenin: um passo em frente, dois atrás! Morno, mortiço, sem garra nem chispa, sem autoridade nem apoios, manobrista (a célebre abertura aos deputados do grupo Sá Carneiro e o modo como os deixou cair tão depressa) e inepto.
Um político que se preze não se deixa emigrar à força para o Brasil, resiste, vai à luta exige um julgamento político e público. Caetano no Brasil escreve cartas lancinantes mas não se mexe, não conspira, não faz mais do defender-se molemente em cartas particulares que seriam muito interessantes se não fossem politicamente tão insinceras! Que diabo, o homem parece não ter compreendido o cataclismo que lhe caiu em cima. Para quem nos anos da mocidade era tão anti moderno, anti liberal anti inteligentsia anti não sei quantas coisas mais (e nisso já ia não uma verdadeira irracionalidade filosófica mas apenas uma atitude de poseur de costas quentes) foi triste vê-lo afogar-se numa poça de água pouca e pouco clara.
Mesmo o grito sobre as hienas capitalistas se dele é, é inconvincente. Como é inconvincente a condenação tout court do capital especulativo, se a houve. Então as manobras palermoides dos bolsistas de trazer por casa o que eram? E quando foram? Quando um capitalista vê uma hipótese de ganho aproveita. Se o especulativo dá mais que o produtivo pensa V que ele prefere a segunda hipótese? Por favor: tanta inocência não.
A terceira parte do seu texto, caro DLM não tem nada a ver com as anteriores. Também eu sou contra o desmantelamento do aparelho de Estado ainda que, como já aqui terei dito, ou alguém por mim, que há tarefas de que o Estado há muito não se deveria ocupar. E nem é preciso colocar os funcionários públicos no quadro de excedentes. Desde 97 que não há admissões, são já dezenas de milhares os CIT (contratos individuais de trabalho) e anunciam-se novas revoadas do mesmo. Conheço unidades (antigos “serviços”) onde quase quarenta por cento dos efectivos são POCs ou estagiários, ou seja no último caso, gente que vem por nove meses fazer uma perninha de serviço público. Quando já percebem qualquer coisinha, ala que se faz tarde: rua! Ora qui está uma maneira inteligente de perder gente experiente que custou uma fortuna a formar, de desmotivar ainda mais os jovens técnicos superiores, e de fingir que os serviços funcionam normalmente. Num pais sério isto seria um crime. Cá deve ser um virtuoso exercício de contenção de despesas. O dinheiro que sai em borbotões do bolso esquerdo entra às pinguinhas pelo direito. Esta foi a política do PSD/PPD e esta é a do actual PS versão engenheiro José Sócrates. O outro do mesmo nome preferiu tomar cicuta. Este limita-se a beber água. O outro passou à história. Este arrisca-se a ser atropelado por ela. E porventura a dar origem a uma notícia de 8ª página do género: peão ainda não identificado atropelado por uma carrinha de caixa aberta por circular fora da passadeira.
Assim vai o mundo.
A gente vê-se por aí...
Um abraço

4 comentários:

C.M. disse...

Obrigado pelo seu postal que bem me honraria com o seu título latino “Ad usum Delphini”

Vindo hoje da beira-mar, eis que encontro aqui este seu maravilhoso texto.

Sei bem que ele deveria ser objecto de cuidadosa análise mas, como já disse em outro comentário, vou aí, amanhã, aos seus “domínios”, com um colega, e muito à pressa. Tenho, pois, de correr hoje mais cedo para os braços de morfeu se quero, amanhã, estar preparado para a longa jornada.

Agradeço as suas palavras, imerecidas de resto. O meu amigo, isso sim, é que é um caso (raro) de vasta cultura. Eu vou depenicando aqui e acolá e, na verdade, também a minha actividade muito pouco tempo me deixa para saborear a cultura clássica que me chama, qual sereia, ou a História, a minha outra paixão.

Reconheço que, não fossem as condições excepcionais, que o meu amigo aqui enunciou, através das quais Portugal pôde beneficiar de receitas extraordinárias, o cenário de crescimento económico seria outro. Bem sei, caro amigo, que a sangria era demasiada para tão pequeno País, de resto isolado nos fóruns internacionais. Os EUA de John Kennedy disso se encarregaram, bem como o fomentarem e alimentarem os diversos grupos armados em África, contra o País. Cobiçavam (bem como o bloco de leste) as nossas Províncias Ultramarinas. Hoje, elas são uma calamidade no que toca a corrupção, miséria, indigência…Tal facto deveria fazer corar de vergonha (se a tivessem, claro!) aqueles políticos da nossa praça, ainda vivos, e que entregaram a esmo, apenas por questões ideológicas, vastos territórios de Portugal, sem curar dos interesses das populações negra e branca. Hoje, poderíamos ter uma sociedade cultural e tecnologicamente evoluída, que seria um oásis na África. Assim tudo acabou da forma mais triste. Para todos! Rectius: os diversos “Eduardos dos Santos” que pululam nas antigas Províncias Ultramarinas, esses verdadeiramente são os beneficiários de uma política que se revelou, essa sim, criminosa. Que não cuidou do futuro! Futuro esse que deveria englobar no seu seio todos aqueles que se consideravam filhos de África, por aí terem nascido ou por terem adoptado aquela terra.

E o meu amigo sabe incomensuravelmente mais daquilo que falo, pois aí viveu, não é assim?

Eu apenas sei aquilo que leio ou que amigos, que lá viveram, me contam, com um ar amargo e nostálgico.

Não há regimes perfeitos, é um facto, pois que, e desde logo, o Homem não é perfeito, e tudo aquilo que constrói reflecte as suas fraquezas e as suas limitações.

Mas, que actualmente estamos à beira do abismo, isso parece-me incontestável. Como sairemos disto? Não há manuais que nos indiquem uma saída. A não ser que se considere o ser humano uma simples ferramenta instrumental da economia política, facilmente descartável…Aí, por esse prisma, resolver-se-à a crise económica à custa da miséria de muitos. Mas, foi para isto que se fez o 25 de Abril?

Olhe, caro amigo, e isto pode parecer paradoxal, mas sinto-me muitas vezes sintonizado com as directrizes político-económicas do PCP. Este, ao menos, tem uma compreensão alargada do papel do Estado e do cidadão.

Talvez por isso, Franco Nogueira gostasse tanto de confraternizar com muitos daqueles escritores marginais ao Estado Novo, que seriam dessa esquerda…

Talvez que tivesse sido possível construir uma ponte.
Eu privilegio as pontes, sabe Marcelo? Aliás, adoro fazer pontes entre as questões, e as pessoas. Não gosto de cortes dramáticos nas relações (daí ter-me desgostado que aqui, no Incursões, uma pessoa tenha batido com a porta, apenas por intolerância: tal procedimento não está nos meus horizontes: nunca bateria com a porta em alguém que pudesse discordar de mim. Daí o receio dos “gulagues”…).

Amarga-me que Marcello Caetano não tenha podido fazer essa ponte. Creio que não foi falta de coragem mas antes uma questão de convicção.

À semelhança do nosso Nicodemus, também eu lamento que em Portugal não tenha sido possível fazer uma transição pacífica, como aquela que se deu em Espanha. E é vê-la, agora, cheia de pujança!

Mas a História não se pode modificar, nem a ela podemos regressar para a modificar e melhorar. No fundo, a História é como a nossa própria vida.

Um forte abraço, Marcelo, e um destes dias a gente há-de ver-se, e eu já sei que ficarei encantado a ouvi-lo, horas a fio...

M.C.R. disse...

A História com H grande numca absolve quem dela desconfia. Nisso Fidel de Castro teve absoluta razão. resta saber se de facto a História o absolverá quarenta anos depois dessa declaração.
Caetano foi um brilhante professor de Direito e um reitor que se encheu de prestígio ao defender a autonomia da Universidade. Porém, anos depois, veio infirmar essa atitude que o absolvia das declarações ultras dos anos 30. Fez tudo pelo poder mas não o soube sequer manejar. Quem não sabe não se estabelece diz o Povo. Ele por arrogancia ou ambição não percebeu isso e foi o que se viu.
Culpar o invasor do Vietnam e o responsável pela Baía dos Porcos pode ser aliciante mas não convence. Todos os países tinham descolonizado e não se pode dizer que foi Moscovo ou a América quem o quiz. Os tempos históricos tem uma respiração própria que não se compadece com o voluntarismo dos pequenos (nem dos grandes) países. A América baqueou no Vietnam e a Rússia no Afeganistão.
A questão foi outra, mais antiga e mais funda. A África portuguesa, aquilo que era um punhado de colónias e que V persiste em chamar províncias, com moeda própria, leis próprias e práticas próprias e pouco recomendáveis, só começou a desenvolver-se verdadeiramente durante a guerra colonial. Pela primeira vez os negros acederam á escolarização em massa, pela primeira vez apareceram presidentes de cãmara negros, universidades em Moçambique e Angola. Demorou um bocado, não demorou? O tempo de um suspiro, infelizmente o último. A derrota dos portugueses começou em finais da década de vinte ou trinta, exactamente quando a ocupação total foi uma realidade. Norton de Matos, um colonialista inteligente, bem o viu. Como o meu trisavõ José Costa-Alemão, o tio bisavõ José Chaves, o meu avõ Manuel Patrício Curado, o único familiar que foi militar de carreira e conquistou em África, entre indizíveis sofrimentos e privações, a mais altas condecorações do Estado português. Conquistou-as com o sangue e morreu pobre, para que se saiba.
Sei do que falo, atávicamente. Sei porque venho de uma tribu que se espalhou pelo "império" e que deu o litro mas também percebeu os ventos da história. só que quem os soltou foi a nossa arrogãncia, a nossa imperícia e a nossa estupidez.
Doi-me África que conheci, percebi, amei e cheirei, como V nunca saberá. E curiosamente ontem, na mesa redonda a que tive a honra e o prazer de presidir, pude afiançar o público que eu era o quarto colonial daquela sessão mesmo se falso e nascido na maternidade de Coimbra. E quando o "coca-cola" Alexandre Quintanilha referiu os cheiros de África, tive de reprimir um sufoco imenso e uma lágrima teimosa que felizmente o público fingiu não ver. Está a ver?
Que agora haja uns jorge jardins pretos pouco importa. O pecado agora é deles mas antes foi nosso. Os filhos são eles e a sua circunstância e os políticos africanos aprenderam com os portugueses a maneira dura e displicente de serem capatazes de outros mais poderosos. Capatazes! Só são isso, só fomos isso.
Felizmente há um punhado de escritores, quase todos, julgo, que como Ondjaki,
se intitulam orgulhosamente "filhos da língua portuguesa" e essa permita-me, é a nossa vitória. Ou pelo menos a minha porque me sinto cosmopolita, europeu e português. Mas há lugar para pessoas de boa vontade, caríssimo. Meet the crew!
Um abraço

C.M. disse...

Hoje de manhã, antes de partir para o Porto, vejo o seu comentário: I wiil meet the crew, Captain!

(mas V. está enganado em relação a Marcello Caetano: os ultras é que estragaram tudo...).

M.C.R. disse...

Mas tu caríssimo Anto bem que o tens escrito nos teus poemas. E devias para gáudio destes nossos camaradas e leitores põr algumas das fotografias que lá tiraste. E aí se veria do que são capazes os brancos de segunda. dos que aqui chegaram e transformaram boa parte deste país. Mas isso são outos cantares escondidod atrás do infamante "retornados" Ninguém queria retornar. Retornaram por erros próprios e alheios. Tanto dos de cá como dos de lá. Algum dia voltarei a este tema.
Um abraço