Eduardo Prado Coelho tirou-me ontem as palavras que não tive tempo de escrever. Na sua crónica no "Público", questionava as razões por que tanta gente, chamada a votar, escolhe aqueles candidatos que, para "nós", nunca poderiam recolher um apoio tão generalizado.
Partindo do exemplo de Berlusconi em Itália (apesar de tudo perdeu e bem!), Prado Coelho enunciava outros exemplos no estrangeiro e em Portugal (os autarcas independentes...) que nos deixam tão surpreendidos.
Qual é, afinal, a realidade que permite a Berlusconi ter meia Itália do seu lado? O que justifica a força da extrema-direita em países como a França ou a Holanda? E as maiorias esmagadoras de Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro e tantos mais? Que valores são estes? Que sociedades são estas que estamos a (des)construir?
13 abril 2006
Os cromos
Postado por jcp (José Carlos Pereira)
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1 comentário:
Meu caro JCP
eu proporia para essa pergunta uma resposta um tanto ou quanto de filisteu: então não há uma coisa chamada populismo?
O comentário de sebastiãoesilva merece um aparte. De facto o que ele faz é meter no mesmo saco toda uma série de políticos que não são redutíveis ao mesmo recipiente. Nem Guterres, nem zapatero nem Merkel são da mesma farinha que Santana. Chirac apesar de tudo não é Bush. Já entre Durão e Sócrates... venha o diabo e escolha. É que quanto a convicções parecem-me ambos pouco dados a tal exercício.
a velha e relha frase dos que servem e dos que se servem é perigosa porque vem sendo aplicada a torto e a direito. não me consta que Guterres por exemplo se tenha servido. Pode ter sido fracoo, irresoluto, confuso mas não o vi "servir-se". Pode ter deixado a máquina em roda livre e pronta a ser usada e abusada mas apesar de tudo (e não gostei dele...) não o vi ser amoral.
Já actual criatura que temos vomo 1º ministro e secretário geral dos socialistas me parece bem mais extraordinária. O homenzinho fala pouco , como Salazar, promete muito nos cortes mas ainda o não vi passar da promessa à acção, critica o aparelho de Estado em nome de uma eficácia que NADA no seu percurso pessoal e profissional garante. Se bem me lembro é mais um rapazxinho vindo das juventudes partidárias que do mundo real do trabalho, da finança, da cultura ou da empresa, nada conhece. E daqui a sua maior diferença de Salazar.
Não parece ter ualquer ideologia o que é uma clara desvantagem. Também não o vejo ser movido por grandes (ou pequenos) valores éticos, políticos, sociais ou morais. E isso aflige-me mais do que se ele fosse um fanático. É que dos fanáticos poderemo-nos defender...
a anedtota das faltas à Assembleia é, como diz Pulido Valente, um retrato do país. É grave, claro. Mas não é surpreendente. Provavelmente, dantes, a coisa compor-se-ia. Nesse dia ao plenário não teria nada agendado. Como de resto acontecia com frequência.
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