23 maio 2006


Ó TIO, Ó TIO!

4 comentários:

o sibilo da serpente disse...

Um belo texto. Já tinha lido.

C.M. disse...

Simplesmente delicioso...e vou para a cama com um belo sorriso...

M.C.R. disse...

Isto fez-me lembrar que numa determinada localidade do sul de Moçambique (já depois da independ~encia) havia um tribunal que só começava a funcionar depois do juiz e do procurador aviarem uma garrafa de whisky. ambos eram do meu tempo de coimbra, aliás. E não consta que a justiça fosse pior...

josé disse...

O pequeno texto de JAB, primoroso na concisão e graça, pede meças aos pequenos textos do mesmo estilo, subscritos diariamente por Manuel António Pina, na última página do JN.

José António Barreiros, pelo que me foi dado ver e ouvir,é um contador de histórias natural. Escreve bem, ainda por cima, o que já não é dizer pouco.

Merece por isso maior exposição pública porque me parece de uma geração completa- a que viveu, viu, ouviu e leu o que as actuais nunca sonharão sequer. E não tem a ver com a idade. Tem a ver com o tempo, que é coisa diferente.

Acode-me às vezes ao espírito, a ideia de que no passado terão existido outras gerações assim, diferenciadas das que se lhe seguem.
Essa subtil diferenciação atinge gostos, atitudes e gestos. Embora a natureza humana permaneça idêntica ao longo dos tempos, e os resultados dela invariáveis também, a educação dos gostos molda um estilo e um modo de vida que passa por olhar o mundo e as coisas de certa forma.
Quando se ouvem lamentos dos antigos em relação aos novos ( e isto não será isso mesmo?) que no meu tempo é que era, talvez seja mesmo isso que está em causa: um modo de ver as coisas e a atenção que às mesmas se presta.
Isto, sendo filosofia barata, não deixa de me dar ideias engraçadas.

Tudo por causa do texto de JAB. Bem haja.