Mia Couto, de seu verdadeiro nome António Emílio Leite Couto, nascido na Província Ultramarina Portuguesa de Moçambique, mais precisamente na Beira, a 5 Julho 1955, lançou em Lisboa o seu recente livro “O Outro Pé da Sereia”. Em entrevista a Rita Pablo do “Expresso-África” afirmou que "é filho de um casal português que emigrou para Moçambique entre 1951 e 52".
Mais nos diz: “Lá vivi toda a minha vida. Foi uma infância extraordinária pois era um tempo em que havia tempo, em que a ideia de espaço era quase infinita. Recordo-me que durante a adolescência saía de casa com uma tenda e os meus pais nem sabiam onde estava. Não havia preocupações. Tal ambiente ficou como uma embriaguez que até hoje ando à procura”.
Eles, por vezes, confessam-se…E acredito que Mia Couto ainda ande à procura do Moçambique da sua infância. Mas, segundo amigos meus, que lá estiveram cerca de 40 e 50 anos e que hoje ainda lá vão, em missões humanitárias, dizem-me que tal busca é inútil: esse "ambiente" que Mia Couto refere desapareceu...
3 comentários:
Meu caro:
como estou farto de dizer, fui criaado na Figueira, entre a praia e a mata de Sotomaior.
quarentsa anos depois nada é igual. Nada!
E não houve guerra civil, as dificuldades de um pais a organizar-se...
Ou seja: o meu amigo Mia ( e compaheiro de uma mesa redonda em Matosinhas) não pode encontrar um ambiente identico ao da infância, nem eu, nem V.
Isto não tem nada a ver com a "natural bondade" da colónia vagamente inglesada que V chama provincia ultramrina de Moçambique.
E olhe que meço as minhas palavras. Os seus amigos decerto não negarão que lá se guiava à inglesa. que la mais depressa se cambiava uma meia coroa do que uma nota de vinte portuguesa. E que os caminhos de ferro da Beira se chamavam beira Railways, que o maior armazem (e bom) de L Marques era o John Orr's ou que a princcipal companhia ago-industrial se chamava Sena Sugar Estates.
E para terminar: o Mia vive lá mesmo se aquilo não é a paisagem da sua dele infancia. Nem a minha buarcos de menino, ou a minha Lisboa dos anos 70/80. O mundo é cruel...
MCR, empreguei a terminologia (jurídica) da época...
Mas V. tem toda a razão: o mundo é cruel! Mas olhe, isto também é uma peregrinação, em busca da terra prometida...
Eu sei DLM eu sei que V empregou o termo oficial. Mas, sabe, aquilo de provvincia, nada... aquilo era para brancos de segunda e pretos de quinta.
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