14 julho 2006

The dark side of Syd

Caro M.C.R. :
Segue o seguinte postalzito sobre Syd Barrett. A morte de Roger Keith, nome de baptismo, apareceu há dias noticiada no jornal. Também se disse que ocorreu serenamente, em casa , aos 60 anos. Paz à sua alma.
Syd Barrett, em 1967, tinha composto algumas músicas para um grupo formado então com o nome Pink Floyd. Essas músicas ainda hoje se ouvem com algum interesse e gosto: Arnold Layne; See Emily Play e Bike, são singles que de algum modo aguentaram o teste do tempo. Ainda fazem parte de colectâneas.
Porém, em 1967, os Floyd apareceram em Inglaterra quando já por lá andavam grupos e grupelhos a experimentar a combinação dos acordes de blues que vinham da América. John Mayall, Eric Clapton, Jeff Beck, Jimmy Page já então sabiam tocar quase tudo e os Beatles publicavam o LP Sgt. Peppers nesse mesmo ano.
Os Pink Floyd de Syd Barrett, não enveredaram pelos sons dos blues urbanos como então era moda e ajudaram a criar outra: o rock progressivo como então se chamava e que nos anos seguintes,nos ofereceu sonoridades e grupos como os Genesis, Gentle Giant, King Crimson, Camel, Caravan, Colosseum, Emerson Lake and Palmer, Jethro Tull, Renaissance, Soft Machine, Traffic, Van des Graaf Generator, Robert Wyatt e Kevin Ayers, para citar os melhores.
Mas a navegar nos mesmos espaços abertos, nesse ano de 1967, também já lá andavam outros: Os Procol Harum, no Verão desse mesmo ano, puseram todo o mundo a cantar Whiter Shade of Pale que começava com uns acordes de órgão Hammond, baseados num andamento de uma cantata de Bach . Música intemporal, candidata a melhor single de sempre da música popular.
No mesmo ano, os Moody Blues, publicavam um dos seus melhores álbuns, Days of Future Passed e colocavam nos tops uma das suas melhores canções: Nights in White Satin.
Os pequenos temas de Syd Barrett passavam então nas rádios, em competição com esses, no mercado da música popular.
Porém, o sucesso esmagador dos Pink Floyd surge em 1973 com a sua obra prima: Dark Side of the moon. Nessa altura, já Syd Barret estava ausente, num lado obscuro de si próprio. Ficava, porém, em seu lugar, o mito- que ainda perdura.
Um dos melhores obituários, sobre Syd Barrett, é este , copiado da revista Uncut de Junho de 2003:

2 comentários:

M.C.R. disse...

Excelente, como esperava, esta rápida passagem sobre um dos momentos estelares da transformação da música rock.

Silvia Chueire disse...

Gostei de ler aqui um toque de rock'n roll .
Uma homenagem merecida.

Abraços,

Silvia