Cara Sílvia
Li com apreço, carinho e uma ponta de vaidade (eu envaideço-me por amigos, colegas e confrades...) a entrevista que V. deu e que nos fez o favor de enviar. Vi que falava de algumas poetisas portuguesas vivas, pelo que a falta da Sofia de Melo Breyner Andresen não era escândalo. Ela morreu há pouco tempo, pelo menos fisicamente. todavia, achei melhor mandar-lhe daqui, deste domingo quente e sonolento dois poemas para a recordar. Se, acaso, a não conhecia, tanto melhor (ou pior: que a Sofia é um amor perigoso). Se porventura já era leitora dela, permita-me que me aproveite deste bilhete a si dirigido, para a partilhar com os nossos leitores.
ExílioLi com apreço, carinho e uma ponta de vaidade (eu envaideço-me por amigos, colegas e confrades...) a entrevista que V. deu e que nos fez o favor de enviar. Vi que falava de algumas poetisas portuguesas vivas, pelo que a falta da Sofia de Melo Breyner Andresen não era escândalo. Ela morreu há pouco tempo, pelo menos fisicamente. todavia, achei melhor mandar-lhe daqui, deste domingo quente e sonolento dois poemas para a recordar. Se, acaso, a não conhecia, tanto melhor (ou pior: que a Sofia é um amor perigoso). Se porventura já era leitora dela, permita-me que me aproveite deste bilhete a si dirigido, para a partilhar com os nossos leitores.
Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades
As Amoras
O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
posto por d'Oliveira que, em 1960, foi tocado pelo milagre da visão do cometa Sofia
3 comentários:
Agradeço o bilhete, d'Oliveira, e conheço sim a Sophia, tenho aqui a Obra poética de Sophia de Mello Bryner Andresen, da Caminho, foi-me oferecida por uma pessoa que me é cara.
Mas ela me perguntou sobre poetas vivas. Por isso não estava lá o nome de Sophia. Na verdade nesta entrevista eu cometi um engano por pura ignorância, citei o nome de Luiza Neto Jorge que eu não sabia falecera muito antes de Sophia.
Em 2004, quando do falecimento de Sophia, esta que vos escreve cometeu inclusive um poema.
Sophia de Mello Bryner Andresen é, na minha opinião, a grande dama da poesia portuguesa.
Obrigada por trazer dois poemas dela.
Um abraço,
Silvia
Sílvia: vi que enviou mail com a sua enrevista, mas perdi-a. Peço: envie o endereço, por favor, para coutinho.ribeiro@gmail.com. Aquele abraço.
Está feito, carteiro. : )
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