O Joaquim Fidalgo escreve hoje, no Público, na sua habitual coluna "Crêr para ver", sobre a crise das cartas de amor. O que se retira: as cartas de amor estão em desuso um pouco por todo o mundo. Pois, estão, Joaquim, tens toda a razão. É pena, dizes. É pena, digo também.
Houve um tempo em que fui um especialista de cartas de amor, daquelas cartas longas, que escrevia num bloco e que, mesmo não gastando as folhas todas, enviava assim, folhas em branco e tudo. Nunca percebi por que enviava tudo. Hoje suspeito que era o meu subconsciente a querer sugerir que tão importante como o que ia escrito era aquilo que ficara por escrever, se houvesse tempo e não houvesse a noção das medidas.
A coisa resultava, normalmente. E tanto resultava que foram imensas as cartas que escrevi a rogo, de amigos e amigas para os seus pretendidos. Curiosamente, também resultava. Presumo que em alguns casos nunca tenham descoberto a patranha e ainda hoje leiam e releiam as cartas que eu escrevi para outros.
Tudo tão diferente dos tempos de hoje, em que as cartas de amor foram substituídas por breves e sincopadas mensagens via telemóvel... Tudo tão diferente. Aliás, duvido que alguém, hoje, ainda goste de ler cartas de amor. Ou que seja capaz de ler uma longa carta de amor até ao fim. Todos têm mêdo de parecerem ridículos...
Houve um tempo em que fui um especialista de cartas de amor, daquelas cartas longas, que escrevia num bloco e que, mesmo não gastando as folhas todas, enviava assim, folhas em branco e tudo. Nunca percebi por que enviava tudo. Hoje suspeito que era o meu subconsciente a querer sugerir que tão importante como o que ia escrito era aquilo que ficara por escrever, se houvesse tempo e não houvesse a noção das medidas.
A coisa resultava, normalmente. E tanto resultava que foram imensas as cartas que escrevi a rogo, de amigos e amigas para os seus pretendidos. Curiosamente, também resultava. Presumo que em alguns casos nunca tenham descoberto a patranha e ainda hoje leiam e releiam as cartas que eu escrevi para outros.
Tudo tão diferente dos tempos de hoje, em que as cartas de amor foram substituídas por breves e sincopadas mensagens via telemóvel... Tudo tão diferente. Aliás, duvido que alguém, hoje, ainda goste de ler cartas de amor. Ou que seja capaz de ler uma longa carta de amor até ao fim. Todos têm mêdo de parecerem ridículos...
5 comentários:
Pois eu conheço muita gente que gosta de ler cartas de amor,curtas ou longas. Muitas pessoas que as escrevem e algumas que as escrevem bastante bem. E tenho certeza de que achá-las ridículas apenas porque são de amor, só meninos ( meninas gostam) adolescentes as acham.
A não ser quando dizer que são ridículas é uma aparente ironia num excelente poema. : )
Pessoalmente gosto imenso delas quando são bem escritas.
Abraços,
Silvia
Ah, e antes que me esqueça, acho que os e-mails as resgataram. : )
Não, Silvia, os mail não são a mesma coisa. Falta a letra fugidia, trémula de emoção, que o computador não permite. Mas, ainda assim, é uma coisa semelhante.
Meu caro Carteiro: as cartas de amor dos antigos só as conhecemos em letra de imprensa. e nem por isso são menos interessantes.
estou mais de acordo com a sílvia: não é o meio que interssa é a mensagem (será que estou a citar Mac Luhan?)
Um abraço
Pois, eu falo das cartas de amor personalizadas, aquelas que são mesmo nossas...
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