08 setembro 2006

Mentecaptos

De cada vez que António Fiúza, presidente do Gil Vicente, fala, eu tremo. Conheço o estilo: um homem que gasta milhares de contos, como diz, no seu clube, também merece os seus minutos de fama. Eu conheço outro, parecido com ele, que, porque também dá milhares de contos do "seu bolso", acha-se capaz de fazer o que lhe apetece, no futebol e noutras coisas, pois então, que eles têm todos um enorme fascínio pelas coisas da bola.
Não, não vou falar da assembleia geral do Gil Vicente, esta quinta-feira, onde os associados deram carta branca a Fiúza para fazer o que quiser fazer. Nem vou falar daquilo que me arrepiou: nunca vi tanta gente feliz num funeral, como parece que vai ser o que vai acontecer ao Gil Vicente. E nem sequer vou tomar posição sobre se aquilo que eles vão fazer é justo ou injusto, nessas relações estranhas entre a justiça desportiva e a outra.
O que me traz aqui? Um destes dias, Eduardo Prado Coelho, via Público, do alto da sua sobranceria, chamou mentecapto a Fiúza. E até queria exterminá-lo. Com razão? Sem ela? Sem ela, diz Eduardo no Pública desta quinta-feira, em p.s.: "Reconheço que no texto sobre António Fiúza o uso da palavra 'mentecapto' é abusivo e desnecessariamente insultuoso. Peço desculpa por este gesto excessivo e afirmo que não o pretendia ofender pessoalmente no seu bom nome, Foi apenas um arrebatamento de retórica polémica da minha parte. Lamento."
Eduardo penitenciou-se porque Fiúza, o tal mentecapto, anunciou que ia apresentar queixa-crime contra o intelectual Eduardo. E Eduardo recuou. Mentecapto?


(Ó Eduardo, se acha que eu estou a chamar-lhe mentecapto, está enganado: "foi apenas um arrebatamento de retórica polémica da minha parte. Lamento.")

2 comentários:

josé disse...

Perde o seu tempo, caro carteiro.
O Eduardino não lê blogs.
Se lesse, talvez em tempos me tivesse aborrecido com uma participação duvidosa...pois reconheço que passei para além de mentecapto e atingi as raias da ironia esfarrapada.
Ahahah!

jcp (José Carlos Pereira) disse...

Tens toda a razão, caro amigo. Estive mesmo para fazer um post sobre essa crónica de EPC.
Quanto a Fiúza, a comparação que fazes não é totalmente justa. Fiúza, filho de um antigo roupeiro do Gil vicente, cresceu no estádio e parece sentir o clube como se da própria família se tratasse.
É um simplório? Claro. Mas, vê lá tu, conseguiu fazer-me adepto do Gil nesta luta desigual contra Valentins, Madaís, Blatters e outros que tais.