"A ex-caloira acusou colegas dos segundo e terceiro anos do curso de Fisioterapia de, durante a recepção ao caloiro em Outubro de 2002, a terem obrigado a praticar "actos humilhantes" como a "simulação de actos sexuais e nudez em público". O caso motivou a intervenção da Inspecção-Geral de Educação, que enviou um relatório à Procuradoria-Geral da República, e um processo interno de averiguações no Piaget, que culminou em repreensões escritas aos alunos identificados." in Público on-line.
A simples existência da praxe é um insulto à dignidade da pessoa humana. Devia há muito ter sido proibida e expulsos os seus responsáveis. A indignidade de se humilhar alguém é insuportável. Só se preocupam com a violência doméstica. Preocupem-se com todo o tipo de violências, a começar pela dos universitários que se acham no direito de obrigar terceiros a actos que não querem ou de que não gostam. Estes individuos da praxe são anti-sociais. Nada os diferencia das claques ou dos gangs urbanos. Os princípios são os mesmos; e os resultados também.
Estudantes são todos e por direito próprio. Não têm necessidade de se submeter à praxe.
Se neste pais se obrigassem os estudantes a estudar e a aprender, se houvesse prescrições e pagassem propinas de real valor, se as instituições não fizessem de conta que nada é com elas, se calhar havia menos violência, menos corrupção, menos compadrio! Mas enfim, sempre há quem goste de sofrer, na leve esperança de que, para o ano, pode fazer sofrer os outros.
São os valores que vamos transmitindo aos nossos jovens, os lideres já daqui a pouco.
Cultivar os direitos humanos, respeitar a liberdade dos outros, respeitar a dignidade do outro não é politicamente correcto quando o tema é Futebol ou Universidade.
A má educação é moda. Ler o regulamento da praxe é elucidativo.
Enquanto houver semestres de dois meses e meio! E mil e umas épocas de exame!
A simples existência da praxe é um insulto à dignidade da pessoa humana. Devia há muito ter sido proibida e expulsos os seus responsáveis. A indignidade de se humilhar alguém é insuportável. Só se preocupam com a violência doméstica. Preocupem-se com todo o tipo de violências, a começar pela dos universitários que se acham no direito de obrigar terceiros a actos que não querem ou de que não gostam. Estes individuos da praxe são anti-sociais. Nada os diferencia das claques ou dos gangs urbanos. Os princípios são os mesmos; e os resultados também.
Estudantes são todos e por direito próprio. Não têm necessidade de se submeter à praxe.
Se neste pais se obrigassem os estudantes a estudar e a aprender, se houvesse prescrições e pagassem propinas de real valor, se as instituições não fizessem de conta que nada é com elas, se calhar havia menos violência, menos corrupção, menos compadrio! Mas enfim, sempre há quem goste de sofrer, na leve esperança de que, para o ano, pode fazer sofrer os outros.
São os valores que vamos transmitindo aos nossos jovens, os lideres já daqui a pouco.
Cultivar os direitos humanos, respeitar a liberdade dos outros, respeitar a dignidade do outro não é politicamente correcto quando o tema é Futebol ou Universidade.
A má educação é moda. Ler o regulamento da praxe é elucidativo.
Enquanto houver semestres de dois meses e meio! E mil e umas épocas de exame!
2 comentários:
Fiz parte do conselho de Veteranos de Coimbra nos idos de 60. Logo após a crise académica de 69 o Conselho decretou o fim total de todas as praxes humilhantes e violentas: rapanço, unhas, e as extravagancias como a descrita. Deve dizer-se que em Coimbra, nesse tempo, não se aplicava qualquer praxe ás raparigas excepção feita de "unhas" se, e quando, usando capa e batina, estivessem mal trajadas. E mesmo isso era, num gesto de galanteio (hoje entendido como presumivelmente machista), puramente simbólico. Nunca passou pela cabeça de ninguem as actuais cenas de humilhação e estupidez que agora se vêem. Mas há pior: ainda não percebi porque é que se imitam as tradições de Coimbra noutras academias onde nenhuma razão há para isso. A menos que tudo isso não passe de imitação reles e pouco imaginativa.
No resto estou - como não podia deixar de ser - de inteiro acordo com o Caro Mocho que, como se vê, está de facto Atento.
Inteiramente de acordo caro Mocho Atento.Também considero abominável a prática estudantil das praxes. Hoje as associações de estudantes canalizam as suas energias para fins pouco formativos. Ele são as praxes, as noites chamadas de bailes de garagem ou quejandos, as festas patrocinadas pelas marcas de cerveja, a própria queima. Pouco tempo sobra para o estudo. Também neste ponto concordo que tudo isso não pode deixar de se reflectir na aprendizagem. Muitos apenas ficarão preparados para... o desemprego. Para serem doutores no desemprego.
No meio de tudo isto, não se entende qual o papel e responsabilidade das universidades. Não se entende como é que alunos, que passam o dia aos berros e em manada pela cidade, podem ter aulas ou que disposição terão para ter aulas depois de serem submetidos a práticas mais ou menos intoleráveis ou estando nas aulas, saberem o que os aguarda quando saírem.
O Ministério, a Universidade bem poderiam direccionar os estudantes para práticas mais sãs, mais formativas, mais próprias da cidadania.
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