De tempos a tempos surgem na praça pública denúncias e acusações sobre má gestão, abuso de poder, branqueamento de capitais, tráficos diversos e crimes vários nas universidades privadas, a maior parte das vezes descobertos no auge de verdadeiras lutas de poder entre clãs rivais. Foi assim, há muitos anos, na Universidade Livre, mais recentemente aconteceu também na Moderna e na Portucalense e, agora, é o mesmo filme que está em exibição na Universidade Independente.
O dinheiro dos (pais dos) alunos abunda, a atracção pelo poder é má conselheira e tramam-se na praça pública professores, gestores, directores e outros oportunistas. Coitados dos alunos que caem nas malhas desta redes e confiam a esta gente o seu futuro!
Depois da fase em que estas universidades se davam a conhecer sobretudo pela promiscuidade dos professores-turbo, que voavam entre as escolas públicas (garantias de carreira) e privadas (dinheiros), sem qualquer pudor, chegou a hora em que já começam a ser vistas como verdadeiras escolas do crime organizado. Não será o momento do Estado olhar para estas instituições e intervir nelas em defesa dos mais desprotegidos, os alunos?
Julgo que seria prudente estabelecer um quadro regulador de acompanhamento e tutela da actividade desenvolvida pelas universidades privadas, incluindo auditorias periódicas à sua gestão. Desse modo, o Estado teria condições para exercer a defesa do interesse público, criando inclusivamente um modelo de acreditação, que eliminaria as instituições que não dessem as garantias exigidas. Mais do que a intromissão do Estado na esfera privada, preocupa-me haver vítimas indefesas de comportamentos criminosos, que vão persistindo no tempo até “rebentar a bolha”.
O dinheiro dos (pais dos) alunos abunda, a atracção pelo poder é má conselheira e tramam-se na praça pública professores, gestores, directores e outros oportunistas. Coitados dos alunos que caem nas malhas desta redes e confiam a esta gente o seu futuro!
Depois da fase em que estas universidades se davam a conhecer sobretudo pela promiscuidade dos professores-turbo, que voavam entre as escolas públicas (garantias de carreira) e privadas (dinheiros), sem qualquer pudor, chegou a hora em que já começam a ser vistas como verdadeiras escolas do crime organizado. Não será o momento do Estado olhar para estas instituições e intervir nelas em defesa dos mais desprotegidos, os alunos?
Julgo que seria prudente estabelecer um quadro regulador de acompanhamento e tutela da actividade desenvolvida pelas universidades privadas, incluindo auditorias periódicas à sua gestão. Desse modo, o Estado teria condições para exercer a defesa do interesse público, criando inclusivamente um modelo de acreditação, que eliminaria as instituições que não dessem as garantias exigidas. Mais do que a intromissão do Estado na esfera privada, preocupa-me haver vítimas indefesas de comportamentos criminosos, que vão persistindo no tempo até “rebentar a bolha”.
10 comentários:
Escreveste aquilo que eu tinha pensado escrever.
O problema não é só do professor-turbo! Naturalmente, é um escândalo o facto dos professores catedráticos deixarem de dar aulas. Mas seria muito interessante conhecer-se quem são os professores convidados que dão aulas em universidades privadas. Iríamos encontrar deputados e outras figuras sem perfil académico que o justifique. Teríamos, então de perguntar: será para interesse da universidade ou dos alunos que a frequentam? A resposta talvez nos ajude a compreender a impunidade de que gozam estes supermercados de diplomas
Além de estar de pleno acordo com os anteriores comentadores cuja razão é gritante, ouso perguntar: alem desses interesses económicos evidentes que mais outros menos evidentes interesses encerra a fundação e manutenção de tanta universidade privada?
A Universidade Independente formou ilustres representantes do povo que elege.
Por exemplo, o actual primeiro-ministro, licenciou-se em Engenharia Civil, por essa universdidade em 1998, segundo se indicou no 24 Horas, de anteontem.
Porém, há informação oficial recolhida num blog, sobre o facto de a licenciatura ter ocorrido mesmo em 1996.
Acontece, porém, que esse curso de Engenharia, só começou a funcionar no ano lectivo de 1994/95. Parece-me extremamente difícil que alguém consiga obter um diploma licenciatura, numa caso destes.
Mas, como estamos em Portugal, terra de fenómenos, nada parece impossível.
Outra curiosidade pública:
Armando Vara, é agora, um dia antes de ter sido nomeado para a Administraçãod a CGD, licenciado em Relações Internacionais, pela mesma Universidade. Aliás, segundos e noticiou na altura, não só se licenciou como obteve uma pós-graduação.
Fantástico.
Corrijo:
A licenciatura de Armando Vara não foi um dia antes de. Foram antes, três dias.
As minhas desculpas pela incorrecção.
Isto está de rastos.
Caro José.Os meus cumprimetos. É um gosto ouvi-lo.
José Sócrates já tinha o bacharelato da Univ da Beira Interior. Mas o problema é sempre o mesmo: são as razões que levam os políticos a procurarem univers. privadas para se licenciarem ou fazerem o seu doutoramento e as univers. privadas convidarem políticos, nomeadamente deputados, para aí darem uma ou duas aulas e "cheios de ar" se intitularem prof.universitários, desde Paulo Portas a Francisco Assis, Carlos lage, Neto e muitos outros do PS, do PSD, do CDS e do PC. Veja os inúmeros políticos que dão aulas em Univ. Priv Lusíada, fernando Pessoa, Lusófana, Independente, etc., e muitos deles (alguns eu conheço-os) não têm currículo para isso. Assis não tem e Lage tirou o curso por um abaixo assinado (lembram-se, instituído pelo MRPP),sem frequentar a univers.
Entretanto, esses supermercados de diplomas passam por cima de todas as normas, leccionam cursos que não estão reconhecidos e multiplicam licenciaturas com nomes sonantes, mas sem interesse nenhum: fazem a vermelhinha dos diplomas!
E ninguém lhes vai à mão. porque será!?...
Ó Primo, e nosso presidente da Câmara, pós-graduado em Administração Autárquica, também não foi na Independente?
Não. Foi no Brasil, numa das universidades que só existem na internet, com um trabalho feito pelo Sanhudo de 20 págs
Ora, não é desse que falo. É do actual...
Esse pôs a grafonola labial a trabalhar e, numa escola do género da Independente, só conseguiram que desligasse a lábia, enfiando-lhe um canudo debaixo do braço.
Deram-lhe o canudo para não o aturar. E ainda por cima as corporações de bombeiros tiveram de o pôr a mastigar medalhas para ele estar calado. É essa a razão de ter mais medalhas de bombeiros que o Mouzinho da Silveira de campanhas.
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