Pronto, já está. Ou, melhor, estará daqui a umas horas mas eu é que não posso dispor de mais uma tarde, a tradução de “Llamame Brooklyn” está à espera e o João Rodrigues pediu-me pelas alminhas que me apressasse. A jovem editora “Sudoeste” (já se deram conta daquele fabuloso grafismo? E dos excelentes títulos já no mercado?) não pode estar à mercê de um tradutor preguiçoso ou a preguiçar, prazenteiro, por Matosinhos. Portanto fiquei-me pelo excelente filme do Tabajara Ruas: “As cartas do domador” ontem apresentado em versão de trabalho a um público numeroso que encheu o auditório. Tive que ir buscar a minha cadeira à zona de café e comigo foram mais uns quantos. Até disse ao Aurelino, esse companheiro de todas as póvoas e agora, pelos vistos, assinante também de Matosinhos, que aquela multidão era por ele. E de facto também era que o Aurelino faz uma perninha no filme do “Taba”. Excelente!
A segunda feira decorreu portanto na mesma toada dos dias anteriores, e deu-me o privilégio de descobrir mais alguns velhos companheiros de Coimbra, dos tempos quentes, imaginem que um deles até me chamou de “terrível mcr!” E depois, candidamente, confessou que tinha feito trinta por uma linha durante a crise... Também pude conversar mais longamente com o António Cabrita, o homem faz tudo e pelos vistos faz bem. Só o conhecia de críticas esporádicas lidas aqui e ali, vamos lá ver se “Arte Negra” (Fenda, ed.) ainda está no mercado. Com o Tabajara foi outro fartote, já nos conhecíamos desde 2004, da Póvoa (e eu já o conhecia desde a leitura de “A região submersa” Bertrand, 1978!!!). O Taba ficou impressionadíssimo com um leitor do que, numa posterior dedicatória, ele chamou “um ovo da minha pré-história!”. É para que saiba! Atenção pois, ao posterior percurso deste cineasta e escritor de que falarei numa próxima “farmácia de serviço”.
Outro encontro entusiasmante: Paulo Bandeira Faria, “as sete estradinhas de Catete”, Quid Novi. Ainda por cima este jovem escritor é sobrinho de um muito querido amigo, de que aqui falei, infelizmente a propósito da sua morte, José Bandeira, crítico de cinema de mérito e camarada das guerras coimbrãs, sócio da Centelha e tudo o resto.
Eu deveria falar de livros mas como calcularão ainda não tive tempo para os ler. A seu tempo se farão pequenas referências, que um livro só precisa disso, e quem quiser crítica pesporrenta e chatíssima que se avie noutra botica. Aqui chama-se a atenção, o resto é com os leitores.
Para quem frequenta estas alegres funçanatas, a coisa acaba por se transformar num excelente reencontro com amigos velhos e novos. Só por isso já valia a pena, mas de facto há mais, muito mais. Isto de descobrir novos livros e novos escritores é para um leitor viciado e empedernido como eu, muito gratificante.
Uma palavra final de louvor para uma pessoa e uma entidade. O Francisco Guedes é meu amigo há trinta anos mas para mim cognac é cognac e serviço é serviço. Estou à vontade portanto para entrar no unânime coro de louvores ao Chico. Ele é um excelente animador cultural. E, ainda por cima, muito profissional. Com o Guedes não há baldas nem xixis nem cocós. Boa malha Chico, boa malha.
E agora a instituição. Eu poderia falar da gentileza das/dos responsáveis de vários departamentos municipais mas até me arrepia a ideia de deixar alguém de fora, que esta malta deu ao pedal e de que maneira! Corteses, alegres, desembaraçadas/os, enfim um must. Para não esquecer ninguém, aqui vai: bela Câmara Municipal a de Matosinhos, que lição que dão a este desastre que se chama Porto. Parabéns, sinceros parabéns.
Isto deveria acabar aqui. Mas não acaba, era o que faltava. Está na Galeria Municipal de Matosinhos, uma exposição de Pedro Campelo. O Pedro há vinte e muitos anos era um traste, um puto reguila que punha cabeças de porco e outras estrepolias na cama dos hóspedes, na minha, vá, que algumas vezes me aposentei e amesendei na casa da Alda Rodrigues, a excelente actriz, e do Zé Campelo. Aquela casa era um albergue espanhol, carregado de livros, belíssimos quadros e música a condizer. Ali recebia-se toda a gente com carinho, alegria e amizade. Com um pequeno inconveniente, as criaturinhas menores pelavam-se por pregar partidas. As vítimas mais habituais, Manuela Sinde, Chico Guedes e eu várias vezes tiveram que desfazer e refazer a cama devido às patifarias daqueles pequenos gandulos. Agora o Pedro está transformado num excelente pintor. Quem diria? Dá um abração ao teu pai e avisa-o que eu se for a Angola lá lhe baterei ao ferrolho com o habitual viático de duas dúzias de ostras. Um gajo encabida-se mas paga ao menos uma simbólica (e tradicional) portagem!
A gravura é de Roy Lichtenstein: "Sunrise".
Outro encontro entusiasmante: Paulo Bandeira Faria, “as sete estradinhas de Catete”, Quid Novi. Ainda por cima este jovem escritor é sobrinho de um muito querido amigo, de que aqui falei, infelizmente a propósito da sua morte, José Bandeira, crítico de cinema de mérito e camarada das guerras coimbrãs, sócio da Centelha e tudo o resto.
Eu deveria falar de livros mas como calcularão ainda não tive tempo para os ler. A seu tempo se farão pequenas referências, que um livro só precisa disso, e quem quiser crítica pesporrenta e chatíssima que se avie noutra botica. Aqui chama-se a atenção, o resto é com os leitores.
Para quem frequenta estas alegres funçanatas, a coisa acaba por se transformar num excelente reencontro com amigos velhos e novos. Só por isso já valia a pena, mas de facto há mais, muito mais. Isto de descobrir novos livros e novos escritores é para um leitor viciado e empedernido como eu, muito gratificante.
Uma palavra final de louvor para uma pessoa e uma entidade. O Francisco Guedes é meu amigo há trinta anos mas para mim cognac é cognac e serviço é serviço. Estou à vontade portanto para entrar no unânime coro de louvores ao Chico. Ele é um excelente animador cultural. E, ainda por cima, muito profissional. Com o Guedes não há baldas nem xixis nem cocós. Boa malha Chico, boa malha.
E agora a instituição. Eu poderia falar da gentileza das/dos responsáveis de vários departamentos municipais mas até me arrepia a ideia de deixar alguém de fora, que esta malta deu ao pedal e de que maneira! Corteses, alegres, desembaraçadas/os, enfim um must. Para não esquecer ninguém, aqui vai: bela Câmara Municipal a de Matosinhos, que lição que dão a este desastre que se chama Porto. Parabéns, sinceros parabéns.
Isto deveria acabar aqui. Mas não acaba, era o que faltava. Está na Galeria Municipal de Matosinhos, uma exposição de Pedro Campelo. O Pedro há vinte e muitos anos era um traste, um puto reguila que punha cabeças de porco e outras estrepolias na cama dos hóspedes, na minha, vá, que algumas vezes me aposentei e amesendei na casa da Alda Rodrigues, a excelente actriz, e do Zé Campelo. Aquela casa era um albergue espanhol, carregado de livros, belíssimos quadros e música a condizer. Ali recebia-se toda a gente com carinho, alegria e amizade. Com um pequeno inconveniente, as criaturinhas menores pelavam-se por pregar partidas. As vítimas mais habituais, Manuela Sinde, Chico Guedes e eu várias vezes tiveram que desfazer e refazer a cama devido às patifarias daqueles pequenos gandulos. Agora o Pedro está transformado num excelente pintor. Quem diria? Dá um abração ao teu pai e avisa-o que eu se for a Angola lá lhe baterei ao ferrolho com o habitual viático de duas dúzias de ostras. Um gajo encabida-se mas paga ao menos uma simbólica (e tradicional) portagem!
A gravura é de Roy Lichtenstein: "Sunrise".
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